A visão dos jovens sobre os conflitos interpessoais no ambiente escolar: contribuições da teoria de domínios sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lucatto, Lara Cucolicchio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181914
Resumo: Este trabalho é baseado na teoria dos domínios sociais de E. Turiel e se constitui de um estudo qualitativo e quantitativo, que tem como objetivos investigar os julgamentos e avaliações dos adolescentes sobre os conflitos interpessoais no ambiente escolar. Tem, ainda, como objetivo, comparar essas mesmas variáveis entre os alunos do primeiro e do terceiro ano do Ensino Médio, assim como entre os gêneros. A amostra foi constituída por 137 alunos de uma escola estadual do interior paulista, escolhida por conveniência. Inicialmente foram realizadas sessões de observação assistemática da rotina escolar sobre situações causadoras de conflitos como forma de contribuir na construção do instrumento de investigação, que resultaram em quatro histórias representativas dos conflitos observados. Para avaliar como os alunos julgavam e avaliavam a atitude dos protagonistas das histórias-estímulo foram realizadas entrevistas com os participantes. As respostas às questões abertas foram categorizadas e cruzadas com as variáveis ano escolar e gênero. Para a análise quantitativa foram descritas as frequências absolutas e relativas das variáveis e realizadas comparações entre elas com a utilização do teste do Qui-Quadrado, com exceção da questão 3, que foi avaliada com a análise de variância. Os resultados mostram que a atitude dos protagonistas nas quatro histórias: a do “Ignorante”, a do “Apelido”, a da “Cópia do trabalho” e a do “Cumprimento”, foram consideradas erradas pelos jovens. Quanto às categorias de justificação, as justificativas formaram um conjunto de sete categorias: dano, justiça, direitos (domínio moral); costume/expectativa (domínio convencional); escolha pessoal (domínio pessoal); prudência (prudência); multifacetado. Na primeira história tivemos as categorias dano e direitos, com as adolescentes utilizando mais a categoria de direitos e os adolescentes, a de dano. Na história “Apelido”, os três tipos de categorias foram: dano, direitos e multifacetados, predominando a primeira. Na categoria de domínio multifacetado desta história, houve um índice maior dos adolescentes do terceiro ano. A história da “cópia do trabalho” teve o maior número de categorias de justificação: costume/expectativa social, dano, justiça e prudência, sem diferenças por variável. Na última história “Cumprimento”, as duas categorias foram a escolha pessoal e a convenção/expectativa social, sendo a primeira com maior porcentagem, sem diferenças por variável. Foram analisados os critérios de justificação: a gravidade, a intensidade da punição, existência de regra, a alterabilidade, a contingência, a jurisdição de autoridade e a origem do conhecimento social. A partir das análises evidenciou-se três aspectos; quase inexistência de diferença de julgamento por gênero na pesquisa, a quase inexistência de diferença de julgamento por ano escolar, e a questão da parentalidade na origem do conhecimento social nos valores dos jovens, em que a família foi a mais mencionada. Os resultados mostraram o potencial da teoria de domínios sociais para a compreensão dos conflitos entre alunos do Ensino Médio, conhecimento este que pode colaborar na educação sócio-moral destes adolescentes.