Caracterização molecular de Sarcocystis spp. em gambás (Didelphis spp.) e detecção de anticorpos anti-Sarcocystis spp. em equinos das regiões Sudeste e Centro-oeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santi, Mariele De [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242622
Resumo: Gambás (Didelphis spp.) são hospedeiros definitivos de Sarcocystis neurona, Sarcocystis speeri, Sarcocystis lindsayi e Sarcocystis falcatula. No Brasil, diversos estudos vêm demonstrando a alta frequência de Sarcocystis falcatula-like em esporocistos recuperados dos intestinos de gambás, com grande diversidade nos genes codificadores de antígenos de superfície (SAGs). Neste estudo, a diversidade genética de Sarcocystis spp. oriundos de Didelphis albiventris e Didelphis aurita capturados nos municípios de Campo Grande e São Paulo, foi acessada por meio do sequenciamento de SAG2, SAG3 e SAG4, da primeira região espaçadora interna transcrita (ITS-1) e da subunidade I da citocromo c oxidase (cox1). Adicionalmente, reação de imunofluorescência indireta (RIFI) foi empregada para detecção de anticorpos (IgG) contra S. falcatula-like (Dal-CG23) e S. neurona (SN138) no soro de 342 equinos amostrados nos mesmos municípios. Identificação molecular foi realizada em 16 amostras de DNA obtidas de esporocistos recuperados do intestino de gambás ou merozoítos derivados de cultivo in vitro de Sarcocystis spp. Os fragmentos de ITS-1, cox1, e SAG3 foram clonados, enquanto SAG2 e SAG4 foram sequenciados diretamente dos produtos de PCR. Vinte e sete alelos foram observados em ITS-1, todos filogeneticamente relacionados à S. falcatula-like previamente detectado em aves e/ou em gambás no Brasil. Sarcocystis sp. filogeneticamente relacionado à Sarcocystis rileyi foi evidenciado por cox1 em três gambás. Vinte e um novos alelos SAGs foram descritos, sendo quatro em SAG2 (n=4), 13 em SAG3 (n=13) e quatro em SAG4 (n=7). Nos Imunoensaios utilizando RIFI com ponto de corte de 1:25, anticorpos IgG anti-S. falcatula-like foram detectados em 177/342 amostras de soro equino (51.75%), e anticorpos IgG anti-S. neurona foram detectados em 239/342 amostras (69.88%). Anticorpos IgG contra ambos os isolados foram observados no soro de 132 equinos (38,59%). Ausência de reatividade foi verificada em 16.95% (58/342) animais. A elevada soroprevalência observada neste estudo pode estar relacionada ao baixo ponte de corte utilizado e à presença de gambás infectados com Sarcocystis falcatula-like e Sarcocystis spp. nas áreas onde os equinos foram IX amostrados. Devido à similaridade entre antígenos de superfície detectados nos imunoensaios, relatos de soropositividade contra S. neurona no Brasil podem resultar da exposição dos equinos à outras espécies de Sarcocystis. O papel de outras espécies de Sarcocystis como causa de doença neurológica nos equinos em Brasil permanece incerto.