Desenvolvimento e anatomia dos órgãos reprodutivos de Anthurium Schott (Araceae, Alismatales) e suas implicações na taxonomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Poli, Letícia Peres [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150885
Resumo: Anthurium é o maior gênero de Araceae e compreende 950 espécies endêmicas dos neotrópicos. No Brasil, o gênero está representado por 133 espécies circunscritas, principalmente, nas seções Anthurium sect. Urospadix e A. sect. Pachyneurium, além de A. sect. Dactylophyllium e A. sect. Tetraspermium. O estudo ontogenético, micromorfológico, anatômico e de biologia floral em espécies de Anthurium pode auxiliar com caracteres significativos para sua taxonomia e sistemática que são baseadas, predominantemente, em características morfológicas foliares. Na presente tese foram analisadas 20 espécies de quatro seções de Anthurium, sob estereomicroscópio e microscopias de luz, eletrônica de varredura e confocal de varredura a laser. No Capítulo 1, nós avaliamos o uso dos caracteres ontogenéticos, micromorfológicos e anatômicos florais, principalmente do perigônio e do androceu, nas seções/clados selecionados de Anthurium. Destacam-se a caracterização anatômica inédita dos osmóforos, além de variação no formato da parede periclinal externa e no conteúdo apresentado pelas células epidérmicas das tépalas e a variação na sobreposição das tépalas externas no botão floral e na exposição dos estames. Através do estudo de vascularização floral (Capítulo 2), nós verificamos que a vascularização do perigônio e do androceu mostraram-se uniformes entre as seções estudadas. No entanto, dois padrões de vascularização do gineceu foram encontrados: carpelos vascularizados apenas por feixes sinlaterais (Padrão A), característica compartilhada pela maioria das espécies estudadas, e carpelos vascularizados por feixes dorsais e sinlaterais (Padrão B), padrão inédito para o gênero e encontrado em A. affine (A. sect. Pachyneurium), A. obtusum e A. scandens (A. sect. Tetraspermium). No capítulo 3, nosso objetivo principal foi investigar a separação das fases estaminada e pistilada nas flores (dicogamia intrafloral) e entre flores do mesmo indivíduo (dicogamia interfloral). Nossos dados mostram que a dicogamia intrafloral completa ocorre em todas as espécies estudadas, porém, em A. scandens (A. sect. Tetraspermium) e em A. solitarium (A. sect. Pachyneurium series Pachyneurium), registramos, pela primeira vez, a sincronia de anteses feminina e masculina, sugerindo a possível ocorrência de geitonogamia. O conjunto de dados aqui apresentados, juntamente com aqueles da literatura, revelam que a maioria das características ontogenéticas, micromorfológicas, anatômicas florais é uniforme para as quatro seções estudadas do gênero. Parte das variações aqui encontradas, quando analisadas na filogenia atual de Anthurium, indica características diagnósticas para A. sect. Urospadix (Capítulo 1) e demais ramos evolutivos (Capítulo 2), além disso, aspectos da biologia floral (Capítulo 3), como a sincronia das fases estaminada e pistilada, a liberação de odor pelas tépalas e a direção da antese masculina no espádice, ampliam o conhecimento sobre a biologia floral em Anthurium e contribuem com dados para estudos futuros, principalmente, sobre biologia da polinização nas espécies brasileiras.