Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Murillo Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204817
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Resumo: |
Introdução: A reposição volêmica guiada por metas hemodinâmicas utilizando coloides no período intraoperatório é questionável, podendo determinar a evolução perioperatória. Coloides são conhecidos por afetarem negativamente a função renal de pacientes com nefropatia e sepse, mas ainda há controvérsias quanto aos efeitos na função renal de pacientes saudáveis. Este estudo busca avaliar os efeitos na função renal após a administração de coloides em pacientes submetidas a histerectomia, por meio do uso dos biomarcadores lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos (NGAL) e molécula de injúria renal-1 (KIM-1). Ainda, avaliou-se o comportamento das variáveis hemodinâmicas quando essas soluções são utilizadas para reposição volêmica em comparação com a expansão da volemia com cristaloides. Métodos: Este estudo clínico randomizado e duplo-cego, incluiu pacientes femininas, entre 18 e 65 anos de idade, estado físico ASA I e II, submetidas a histerectomia abdominal eletiva sob anestesia geral. Pacientes com hipertensão arterial ou diabetes mellitus não-controlados, obesidade II ou superior, em uso de diuréticos ou anti-inflamatórios, com histórico de doenças renais ou coagulopatias pré-operatórias não foram incluídas. Foi realizada randomização em 2 grupos, de acordo com o protocolo de reposição volêmica que se segue: administração de Ringer lactato (2 ml.kg-1.h-1) a todas as pacientes durante a cirurgia para reposição de perdas insensíveis; em caso de pressão arterial média inferior a 60 mmHg, realizou-se expansão volêmica com bolus de 300 ml de Ringer lactato (grupo RL) ou 150 ml Hidroxietilamido 6% (grupo HES), dependendo da alocação da paciente nos grupos. Foram coletadas amostras de sangue e de urina na véspera, 24 horas e 40 dias após a cirurgia para análise da função renal das pacientes. Creatinina plasmática e NGAL e KIM-1 urinárias foram dosados para este fim. Balanço hídrico e suas variantes, variáveis hemodinâmicas intraoperatórias, sangramento, dor e complicações pós-operatórias também foram avaliados. Resultados: As pacientes do grupo RL receberam maior volume de cristaloides (1227 ml ± 812,7 ml vs. 630,4 ml ± 310,2 ml, p = 0,002) com maior balanço hídrico (780 ml ± 720 ml vs. 430 ml ± 440 ml, p = 0,03) e sobrecarga de fluidos (11,7% ± 10,4% vs. 7,0% ± 6,3%, p = 0,03) quando comparadas com as pacientes do grupo HES. NGAL e KIM-1 aumentaram 24 horas após a cirurgia em ambos os grupos, com retorno aos níveis pré-operatórios após 40 dias. Os parâmetros hemodinâmicos avaliados foram semelhantes entre os grupos. Conclusão: A solução Hidroxietilamido 6% teve comportamento semelhante à solução de Ringer lactato em relação às variáveis hemodinâmicas. Hidroxietilamido 6% diminuiu o balanço hídrico e a sobrecarga de fluidos comparado ao Ringer lactato. Os biomarcadores não indicaram pior desfecho renal quando Hidroxietilamido 6% foi utilizado para reposição volêmica neste estudo. |