Efeito de um programa de exercício físico na resposta inflamatória de pacientes com doença falciforme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rossi, Daniele Andreza Antonelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214473
Resumo: Introdução: A doença falciforme é uma desordem hematológica hereditária na qual ocorre uma mutação, originando a hemoglobina S. Existe na doença um ambiente vascular pró-inflamatório, disfunção endotelial e ambiente pró-oxidativo. O efeito benéfico do exercício físico na capacidade funcional e na resposta inflamatória é bem conhecido nas doenças cardiovasculares, mas são raros os estudos com doença falciforme. Elaborou-se a hipótese de que o exercício físico pode exercer efeito favorável na resposta inflamatória de pacientes com doença falciforme, contribuindo para a melhora da qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: avaliar o efeito de um programa de exercício físico regular na resposta anti-inflamatória em pacientes com doença falciforme. Casuística e Métodos: Foi realizado ensaio clínico, incluindo pacientes com diagnóstico de doença falciforme em seguimento no Ambulatório de Hemoglobinopatias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Exercício: realizaram um programa de exercício físico, três vezes por semana, por um período de oito semanas e Grupo Controle: realizaram atividade física de rotina. Todos os pacientes foram submetidos inicialmente e após oito semanas de protocolo, aos seguintes procedimentos: avaliação clínica, avaliação física, avaliação laboratorial, avaliação de qualidade de vida e avaliação ecocardiográfica. Análise estatística: as comparações entre os grupos foram feitas pelo teste t de Student, Mann-Whitney, teste de Chi-quadrado ou teste exato de Fisher. Foi realizada análise por coeficiente de correlação de Spearman. Nível de significância p<0,05. Resultados: Não foi observada diferença significante da resposta inflamatória entre os grupos controle e exercício. No grupo exercício, houve melhora dos valores de VO2 pico (p<0,001), aumento na distância percorrida (p<0,001), melhora no domínio limitação por aspectos físicos do questionário de qualidade de vida SF-36 (p=0,022) e aumento da atividade física relacionada com lazer (p<0,001) e caminhada (p=0,024) no questionário internacional de atividade física (IPAQ). Houve correlação negativa entre os valores de IL-6 com distância percorrida na esteira (coeficiente de correlação -0,444; p=0,020) e com valores de VO2 pico estimado (coeficiente de correlação -0,480; p=0,013) nos pacientes com doença falciforme de ambos os grupos. Conclusões: O programa de exercícios aeróbicos não alterou o perfil de resposta inflamatória dos pacientes com doença falciforme nem apresentou efeitos desfavoráveis nos parâmetros avaliados, sendo que os pacientes com menor capacidade funcional são os que apresentam os níveis mais elevados de IL-6 circulante.