Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Takahashi, Amanda Vitta |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202221
|
Resumo: |
A prevalência da obesidade e doenças decorrentes de sobrepeso em animais de companhia faz com que a indústria pet food busque por novos ingredientes para atender a este nicho de mercado. Alimentos grain free para cães e gatos vem tomando espaço no mercado. Carboidratos, além de serem essenciais para o processo de extrusão, são fontes de energia para os animais, dessa forma a procura por ingredientes que possam ser substitutos aos grãos está cada vez maior. A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é um tubérculo rico em amido, que tem rápida absorção e apresenta um baixo índice glicêmico tornando – se um ingrediente interessante a ser adicionado à alimentos para animais obesos e com diabetes mellitus. O presente estudo avaliou os efeitos da farinha de batata doce (FBD) sobre os parâmetros da extrusão de alimentos, digestibilidade dos nutrientes, produtos de fermentação microbiana nas fezes, saciedade e palatabilidade das dietas e respostas pós-prandiais de glicose e insulina de cães. Foram utilizados 24 cães adultos distribuídos em quatro tratamentos: CO – dieta padrão formulada com arroz e sem adição FBD; BD33- substituição de 33% de arroz por FBD; BD67- substituição de 67% de arroz por FBD; BD100 - substituição de 100% de arroz por batata doce. A influência do ingrediente durante o processo de extrusão foi avaliada, assim como a macroestrutura dos kibbles. Para o estudo com os animais, foram 10 dias de adaptação e 12 de coleta, sendo 5 dias para o ensaio de digestibilidade aparente (CDA) pelo método coleta total de fezes, 3 dias consecutivos de coleta de fezes frescas para determinação dos produtos de fermentação e 4 dias para o teste de saciedade, sendo foi ofertado 90 min após o consumo da dieta experimental, 500g de uma dieta desafio. Para as respostas pós pradiais de glicose e insulina, os cães passaram por 5 dias de adaptação e 2 de coletas de sangue. Os dados de extrusão, digestibilidade, características das fezes e saciedade foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas por contraste polinomial em função da inclusão de BD. Resultados de palatabilidade foram comparados pelo teste T-Student. As respostas pós-prandiais foram avaliadas por análise de variância de medidas repetidas no tempo. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. A inclusão de BD tornou necessária redução na adição de água durante o processamento para evitar aglomeração dos kibbles na saída da extrusora, resultando em elevação da aplicação de energia mecânica específica, de pressão e da temperatura de extrusão (P<0,05). A gelatinização do amido (>97%) foi semelhante, sem alteração na densidade aparente dos kibbles (P>0,05). Houve aumento da expansão radial, redução da expansão axial e da digestibilidade in vitro, provavelmente em função da elevada quantidade de fibra da BD (P<0,05). A adição de BD resultou em redução linear do CDA da matéria seca, matéria orgânica, amido e energia bruta das dietas (P<0,05). A produção de fezes aumentou linearmente (P>0,05), enquanto a matéria seca e escore fecal diminuíram (P<0,05). As concentrações de ácidos graxos de cadeira curta e lactato aumentaram linearmente (P<0,05), enquanto a de ácidos graxos de cadeia ramificada e amônia reduziram linearmente com a inclusão de BD (P<0.05). No teste de saciedade, não foi verificado efeito de dieta (P>0,05). O consumo da ração à base de BD (BD100) resultou em menor incremento máximo de glicose e menor área abaixo da curva de insulina no período de 120 a 420 min (P<0,05), com tendência à redução da insulina máxima (P=0,107) e área abaixo da curva total de insulina (P=0,095) em relação à dieta CO. Nos desafios de palatabilidade, CO versus BD33 e CO versus BD100 apresentaram consumo semelhante (P>0,05), mas no desafio CO versus BD66 os cães tiveram maior ingestão da BD66 (P<0,05), sugerindo palatabilidade semelhante ou preferência para BD. Concluiu-se que a substituição de quirera de arroz por batata doce requer ajustes nos parâmetros de extrusão, mas não interfere na qualidade final dos kibbles. Reduziu a digestibilidade da energia e aumentou a concentração de produtos de fermentação nas fezes, com possíveis implicações à saúde intestinal. Por promover a redução da secreção pós-prandial de insulina pode ser utilizada em animais com distúrbios no metabolismo de carboidratos. |