Respostas de marcadores musculares, comportamento e transportadores de monocaboxilatos de ratos sob condição de overreaching

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moranza, Henriette Gellert [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210857
Resumo: Incrementos na carga de treino são realizados com intuito de melhorar o desempenho esportivo, sendo que, frequentemente, as prescrições crônicas de sessões de treino podem exceder a capacidade física do atleta. A síndrome do overtraining (SOT), induzida pelo desequilíbrio no ciclo estímulo-recuperação, é importante causa da redução do desempenho esportivo dos atletas. Protocolos de indução overtraining em modelos experimentais para investigação de alterações comportamentais bem como alterações em marcadores musculares associados a alterações nos transportadores de monocarboxilatos 1 e 4 (MCT1 e MCT4) no músculo esquelético, são escassos. O propósito da presente Tese foi auxiliar a compreender as possíveis alterações comportamentais, bioquímicas, marcadores musculares e transportadores de monocarboxilatos que podem contribuir efetivamente para o desencadeamento da condição NFOR/SOT induzido pelo desequilíbrio entre carga externa e períodos de recuperação. Utilizaram-se ratos machos, jovens, como massa corporal inicial entre 150 e 200g, distribuídos nos grupos: ativo (AT, n = 16); treinados (TR, n = 33). Os ratos deste último grupo manifestaram as condições overreaching funcional (FOR, n = 19) e overreaching não funcional (NFOR, n = 14). O grupo AT foi submetido a um programa de condicionamento leve. O grupo TR realizou o protocolo de overtraining (PO), que consistiu em 12 semanas de treinamento em esteira, dividido em 5 fases (F1-F5). A F1 foi elaborada por 4 semanas de aumento progressivo de velocidade e duração das sessões de treino; a F2 durou 4 semanas, sendo mantidas a velocidade e a duração atingidas no final da F1. Nas fases 3, 4 e 5 foram aumentadas a frequência das sessões diárias (2, 3, 4/dia), reduzindo-se o período de recuperação entre estas (4, 3 e 2 horas, respectivamente), levando ao desequilíbrio entre esforço físico e recuperação. Para avaliação da aptidão física, os ratos foram submetidos a nove testes máximos de performance (TMP). Logo após os TMP-7, oito ratos de cada grupo experimental foram submetidos à eutanásia para coleta de amostras de sangue para análise de corticosterona e lactato, bem como coletas musculares e hepáticas para análises de glicogênio, citrato sintase e expressão dos MCTs. Ao final do PO, todos os grupos foram submetidos a análises comportamentais. Aplicou-se General Linear Model (GLM) para as variáveis endócrinas, desempenho, massa corporal, lactato e glicose. Para as variáveis glicogênio e corticosterona entre TMP-7 e TMP-9 aplicou-se ANOVA-two way. As análises de componentes principais (ACP) foram baseadas na matriz de correlação entre as variáveis. Após as três semanas adaptativas, foi obtido percentual de ratos corredores de 75%. Com relação aos resultados, constataram-se valores inferiores de massa corporal (MC) para os grupos FOR e NFOR em relação ao grupo AT (P < 0,001), sendo que em TMP-8 houve redução notória do grupo NFOR em relação ao grupo AT (P < 0,01). No que se refere ao desempenho, os grupos FOR e NFOR aumentaram a sua aptidão física a partir do TMP-2 (P < 0,001). FOR e NFOR começaram a se diferenciar a partir do TMP-5 (P < 0,001), sendo que este comportamento permaneceu até o TMP-7 (P < 0,001). NFOR teve redução notória de desempenho no TMP-7 (P = 0,001). Não houve diferença significativa na atividade bem como na quantificação proteica da citrato sintase pela técnica de western blotting entre os grupos AT, FOR e NFOR. Com relação ao glicogênio, houve redução dos estoques no músculo sóleo dos grupos FOR e NFOR e redução no músculo gastrocnêmio medial para o NFOR em relação ao AT. O grupo NFOR apresentou uma redução do glicogênio no músculo gastrocnêmio lateral de TMP-7 para TMP-9. Todos os grupos apresentaram significante depleção de glicogênio no músculo semimembranáceo em TMP-9. Redução do glicogênio hepático para os grupos FOR e NFOR de TMP-7 para TMP-9 também foram observadas. Houve aumento nas concentrações de corticosterona para todos os grupos em TMP-9 quando comparado ao TMP-7. A análise de componentes principais (ACP) revelou que o comportamento foi responsável por 63,48% da variância observada para o teste de campo aberto. Para o teste de labirinto em cruz elevado, os dois componentes principais foram responsáveis por 94,1% da variância observada. Houve redução nas concentrações de lactato e da glicose para os grupos FOR e NFOR em TMP-6. Pode-se observar redução da expressão da isoforma MCT4 para grupo NFOR. Para os índices somáticos, em uma análise ACP em TMP-7, os dois componentes principais foram responsáveis por 72,22% da variação sendo que a disposição gráfica das variáveis para os grupos evidenciou separação dos grupos AT, FOR e NFOR. Em conclusão, nosso estudo demonstrou que o protocolo de overtraining utilizado induziu reduções nas concentrações de MCT4 no grupo NFOR. Nos testes máximos e submáximos, obtivemos reduções nas concentrações de lactato e redução nas concentrações glicose em TMP-6. Ademais, observou-se depleção de glicogênio em uma análise geral. A análise de ACPs tanto comportamentais quanto de índice somáticos se mostraram eficazes e promissoras na identificação e separação dos grupos FOR e NFOR.