Efeitos da suplementação com melatonina na remodelação óssea alveolar em ratos pinealectomizados com doença periodontal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marani, Fernando [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154467
Resumo: Pesquisas têm sido realizadas para investigar a relação entre inflamações crônicas na cavidade oral e efeitos deletérios em diversos sistemas do organismo. A doença periodontal (DP) caracterizada como uma infecção e inflamação oral está associada à produção de citocinas inflamatórias, tais como fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6), as quais aumentam a expressão dos osteoclastos, levando a um aumento da reabsorção óssea alveolar. Além da influência destas citocinas na perda óssea alveolar, evidências científicas apontam que a falta do hormônio melatonina também pode contribuir para uma maior reabsorção óssea. A melatonina é um poderoso regulador da homeostase de diversos tecidos. Assim, este hormônio pode ter um importante papel na proteção de tecidos lesionados, podendo ser visto, como um possível coadjuvante no tratamento de doenças da cavidade oral devido principalmente sua ação antioxidante e imunomoduladora. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito da suplementação da melatonina na reabsorção óssea alveolar em ratos com doença periodontal e pinealectomizados (PNX), avaliando: 1) concentrações plasmáticas de TNF-α e IL-6 pelo método de ELISA; 2) marcadores ósseos como a fosfatase ácida resistente ao tartarato (TRAP) e Osteocalcina (OCN) por meio de técnica imunoistoquímica; 3) histomorfometria da região comprometida pela DP pelo escaneamento no microtomógrafo em 3D (Micro-CT) (modelo 1172 SkyScan®). Para tanto, oitenta (80) ratos Wistar machos com 40 dias de idade foram distribuídos aleatoriamente em 8 grupos (n=10): controle (CN), doença periodontal (DP), pinealectomizados (PNX), pinealectomizados com doença periodontal (PNXDP), controle com melatonina (CNMEL), doença periodontal com melatonina (DPMEL), pinealectomizados com melatonina (PNXMEL) e pinealectomizados com doença periodontal e com melatonina (PNXDPMEL). A DP foi induzida após 20 dias da pinealectomia por ligadura com fio de seda ao redor dos primeiros molares mandibulares. Após 28 dias da indução da DP, os experimentos foram realizados. A análise estatística foi realizada por análise de variância Three-way (ANOVA), seguida pelo teste de Tukey e para as análises de imunoistoquímicas pelo teste estatístico não paramétrico de Kruskal Wallis. O nível de significância adotado foi de 5% (alfa=5%). Os resultados evidenciaram um aumento de mediador pró-inflamatório TNF-α tanto nos animais com DP como PNX. Apenas os grupos com DP (DP e PNXDP) apresentaram maior reabsorção óssea alveolar devido uma maior atividade dos osteoclastos comparado a dos osteoblastos evidenciado pelo aumento do marcador de reabsorção, fosfatase ácida resistente ao tartarato (TRAP), e diminuição do marcador de formação, osteocalcina (OCN) como também pelos resultados histomorfométricos. Por outro lado, os animais tratados com melatonina não apresentaram alteração na concentração plasmática de TNF-α e perda óssea alveolar. Com base nos resultados do presente estudo, verificou-se que os animais pinealectomizados e com DP apresentaram elevada concentração de TNF-α, mas a perda óssea alveolar ocorreu apenas nos animais com DP. A pinealectomia não promoveu alteração óssea como também não agravou esse parâmetro em animais com DP. A suplementação com melatonina promoveu diminuição de TNF-α nos animais pinealectomizados e com DP. Em todos os grupos com DP a melatonina protegeu-os da reabsorção óssea alveolar. Portanto, estes resultados demonstram que a melatonina é eficiente no controle tanto da reabsorção óssea alveolar como da concentração plasmática de TNF-α em ratos com DP e PNX, demonstrando sua importância local e sistêmica.