O vermelho que violenta a ordem: os comunistas sob o olhar da DOPS no Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ipólito, Verônica Karina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/139464
Resumo: O presente trabalho analisa os mitos políticos modernos que se formaram na relação entre a Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS/PR) com o comunismo e atividades desenvolvidas pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) no Paraná durante os anos de 1945 a 1953. Ao realizar um trabalho meticuloso de vigilância e repressão, a polícia política não somente coletou, registrou e ofereceu dados sobre suspeitos a outros setores ou Delegacias Regionais, mas associou o comunismo a características negativas, atribuiu a seus adeptos um alto grau de periculosidade e identificou na doutrina comunista elementos que supostamente visavam destruir o mundo ocidental e seus valores. Tais características contribuíram para a formação do mito da conspiração comunista, o qual se alimentava da disseminação do medo e da paranoia de que o “inimigo vermelho” poderia estar em todos os lugares, com grande força e blindado por suas características maléficas. A confluência de mitos políticos não ficou restrita ao universo policial. Por outro lado, os próprios comunistas paranaenses se alimentaram de mitos, seja para manter sua própria unidade, existência ou até mesmo para se sentirem motivados na busca pela luta revolucionária. Apesar das adversidades físicas, emocionais e familiares, acreditavase que o papel de revolucionário e a entrega de sua vida em sacrifício trariam recompensas, como o fim da exploração capitalista e a construção de uma sociedade mais justa. Para a escrita do trabalho foram utilizadas fontes de natureza jornalística, entrevistas, depoimentos, relatórios e demais evidências arquivadas no Fundo DOPS do Arquivo Público do Estado do Paraná e Arquivo Pessoal de Teresa Urban. O foco principal se concentrou no esforço de identificar na documentação indícios de mitos políticos modernos, em especial o mito da conspiração comunista e, na sua antítese, as construções mitológicas formuladas no interior do PCB, a exemplo do mito da unidade e do mito da Idade de Ouro. Pessoas comuns, militantes, agentes policiais, todos esses personagens foram analisados de forma a demonstrar que os mitos políticos adquirem roupagens diferenciadas em consonância com o pensamento que se deseja legitimar por um indivíduo, instituição ou grupo.