Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Suyane Da Silva [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/214353
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Resumo: |
A prevalência global de depressão pós-parto é estimada em 100-150 casos a cada 1000 nascimentos, e um dos medicamentos mais indicados para o tratamento é a venlafaxina, um Inibidor da Recaptação da Serotonina e Noradrenalina (IRSN). Como a serotonina possui papel chave no desenvolvimento do cérebro, estudos demonstram que a exposição pré e pós-natal aos IRSNs pode alterar os eixos hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) e hipotálamo-hipófise-gonada (HHG) e afetar processos dependentes de hormônio, como o processo de diferenciação sexual hipotalâmica. Em virtude da importância da testosterona no processo de diferenciação sexual hipotalâmica, torna-se preocupante o uso de antidepressivos durante a gestação e lactação. Desta forma, objetiva-se, neste estudo, avaliar os possíveis efeitos resultantes da exposição lactacional a venlafaxina e suas repercussões tardias sobre parâmetros reprodutivos, em ratos machos. Para tanto, ratas lactantes foram expostas a três doses de venlafaxina (3,85; 7,7 ou 15,4 mg/kg), via gavage, do 1º dia até o 20º dia pós-parto. No 5º dia de lactação, as mães foram submetidas a avaliação de comportamento materno, e ao final do período de exposição, as mesmas foram eutanasiadas e coletou-se sangue e órgãos para investigações posteriores. Após o nascimento, os filhotes machos foram avaliados através dos seguintes parâmetros: determinação do peso corporal, distância anogenital, idades de separação prepucial, descida testicular e play behavior. Na vida adulta, estes mesmos animais foram investigados em relação ao: pesos de órgãos reprodutores, contagem espermática, morfologia e motilidade espermática, teste de fertilidade, comportamento sexual masculino, presença de comportamento sexual feminino e preferência sexual, dosagem hormonal e foram coletados hipotálamos para análise da expressão de receptores de andrógenos por meio de western blotting. Em relação aos parâmetros maternos avaliados, houve aumento do peso do baço e uma elevação nos níveis de ureia e ácido úrico séricos, além disso não houve alteração no comportamento materno. A análise do desenvolvimento inicial da prole masculina mostrou um aumento do peso corporal do grupo de menor dose no 13º dia pós-natal, porém essa diferença foi normalizada no 22º dia. Também foi observado uma diminuição em parâmetros do play behavior no grupo de dose intermediária. Na idade adulta, os filhotes machos expostos a dose intermediária apresentaram um aumento no peso da vesícula seminal. As análises espermáticas indicaram uma redução do número de espermatozoides progressivos em todos os grupos experimentais, além de um aumento do número de espermatozoides moveis no grupo de maior dose. Foi observado também uma diminuição do índice de masculinização após o teste de fertilidade, e em relação aos testes de comportamento e preferência sexual não houve alterações estatísticas entre os grupos, no entanto, foi detectado uma redução da expressão de receptores de andrógenos no hipotálamo no grupo de maior dose. Conclui-se que a exposição a Venlafaxina foi levemente tóxica para as ratas lactantes e prejudicial para o desenvolvimento cognitivo da prole masculina, além de provocar alterações espermáticas relevantes, apesar de não comprometer parâmetros comportamentais sexuais na vida adulta. São necessários mais estudos para melhor compreender o papel da Venlafaxina no processo de espermatogênese, bem como no processo de diferenciação sexual hipotalâmica. |