Identidade pessoal e identidade de gênero na perspectiva da complexidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Júlia Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213915
Resumo: No presente trabalho investigamos o problema filosófico da identidade pessoal e problemas de identidade de gênero relacionados às questões da persistência identitária e da pessoalidade. Em um primeiro momento, analisamos o problema da identidade pessoal e as principais visões propostas para sua solução, que derivam de abordagens consideradas simples, ou não-reducionistas e abordagens complexas, ou reducionistas. Somada a essa análise, investigamos o conceito de pessoa em três etapas: por sua etimologia, seus critérios de identificação e, por fim, a partir de suas principais abordagens filosóficas, quais sejam, internalistas e externalistas. Ademais, também apresentamos dois temas que consideramos relevantes para serem acrescentados nas análises sobre identidade pessoal contemporâneas, que são os temas: (1) a emergência das identidades plurais no contexto da pósmodernidade e (2) o papel identitário da corporeidade, tendo em vista as teses da abordagem da Cognição Incorporada. Em seguida, na esteira da noção externalista de pessoa traçada por André Leclerc, propomos, ainda, uma abordagem externalista sistêmica de identidade pessoal a partir da hipótese (H1): a identidade da pessoa é uma rede complexa, dinâmica e relacional de fatores identitários biológicos/culturais, composta por traços socioculturais que são mantidos e/ou atualizados por meio parâmetros de ordem e parâmetros de controle, que envolvem processos auto-organizativos e hetero-organizativos. A partir da compreensão do gênero enquanto aspecto complexo da identidade da pessoa, investigamos problemas de identidade de gênero. Primeiramente, investigamos a visão tradicional de gênero, cuja estrutura é baseada em normas supostamente “inteligíveis” estritamente binárias, fundamentadas por teses dualistas ontológicas. Em seguida, analisamos algumas abordagens de estudos de gênero, de acordo com a história das três ondas do feminismo ocidental. A partir das teses de Anne Fausto-Sterling, Donna Haraway e Paul Preciado, especialmente com enfoque na tese do ciborgue de Donna Haraway, investigamos o corpo enquanto um sistema complexo e relacional, que interage com diversas tecnologias e que é marcado discursivamente dentro dos contextos científicos. Finalmente, considerando a tese da performatividade, analisamos os traços socioculturais da identidade de gênero, somada aos conceitos de parâmetros de ordem, parâmetros de controle e hetero-organização. Em especial, ressaltamos a capacidade auto-organizativa da pessoa para atualizar traços identitários de gênero, na contramão das normas do binarismo estrito.