Estratégias land sharing e land sparing no planejamento territorial da Bacia Hidrográfica do Rio São Pedro - Imbaú/PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Saballo, Heitor de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215091
Resumo: Frente às profundas alterações antrópicas no meio natural e ao atual cenário de competição pelo uso do solo, torna-se importante a discussão sobre critérios e objetivos para o planejamento de paisagens. Land sharing (Lsh) e land sparing (Lsp) são estratégias de uso do solo que visam manter ou aumentar a produção agrícola enquanto minimizam os impactos ambientais. Tais estratégias representam pontos finais de um espectro de possibilidades de uso do solo, apresentando diferentes potenciais para cumprir determinados objetivos no processo de planejamento territorial. Por meio da revisão bibliográfica sobre as estratégias Lsh e Lsp e da realização de um estudo de caso na Bacia Hidrográfica do Rio São Pedro em Imbaú, Paraná, valendo-se de técnicas de geoprocessamento, buscou-se avaliar em que medida a aplicação de cada uma dessas estratégias no planejamento da paisagem pode contribuir para o alcance de múltiplos objetivos, tais como a conservação da biodiversidade e a manutenção da qualidade da água. A análise foi realizada a partir de três diferentes cenários de planejamento de paisagens: uso do solo em 2008 (C1), conformidade com a Lei n.º 12.651/12 (C2) e planejamento da vegetação na escala da bacia (C3). Os resultados indicam que a aplicação do Lsh e do Lsp em proporção 1:1 no C3 contribuiu para a melhoria das métricas de paisagem, sobretudo no que se refere ao aumento na quantidade, tamanho e proporção de áreas core, que podem apresentar um efeito positivo na abundância e distribuição da biodiversidade. Em relação à produção de sedimentos na bacia, observou-se uma redução da quantidade de sedimentos exportados aos corpos hídricos conforme incremento de vegetação nativa em Áreas de Proteção Permanente (APP), o que pode representar um efeito positivo para a qualidade da água na bacia. No entanto, a taxa de redução dos sedimentos não se mostrou diretamente proporcional ao incremento de vegetação. Assim, a exploração de diferentes configurações e proporções de usos do solo entre essas estratégias pode auxiliar a identificação de potenciais limiares na conservação da biodiversidade e na provisão de serviços ecossistêmicos. E apesar dos modelos computacionais empregados refletirem cenários hipotéticos, a análise desses cenários pode subsidiar a tomada de decisão no contexto do ordenamento territorial em uma escala mais ampla. Essa aplicação prática requer, contudo, incentivos financeiros e legais em prol do manejo da paisagem de forma comunitária, auxiliando o planejamento territorial em um contexto de interesses múltiplos e conflitantes sobre o uso do solo.