Quando vamos embora? A experiência da maternidade prematura no ambiente familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Kátia Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252353
Resumo: A maternidade e seu lugar na sociedade passaram por transformações significativas ao longo da história que estão ligadas às transformações no papel da mulher na sociedade. Desse modo, a maternidade tem sido objeto de estudos de diversos campos científicos, principalmente dentro da psicologia, com importante contribuição da Psicanálise. Os estudos sobre maternidade e prematuridade apontam que o nascimento de um prematuro tem grande impacto no processo de adaptação mãe/bebê, sendo importante compreender a experiência de maternagem nesse campo maternidade-prematuridade-família, uma vez que tornar-se mãe de um bebê prematuro é uma experiência que atravessa as mulheres diretamente no exercício de sua maternagem. Esta pesquisa objetivou compreender a experiência da maternidade de mães de filhos prematuros, e como se organiza a vida familiar no retorno para casa, após o período de internação que sucedeu ao nascimento. A pesquisa delineou-se como uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva, que teve a entrevista semidirigida como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas cinco mulheres, entre 27 e 42 anos, que se tornaram mães de bebês prematuros, que haviam passado pela experiência do retorno para a casa com seus bebês, e seus filhos se encontravam na idade entre 07 e 09 anos. As entrevistas foram realizadas de forma individual e foram seguidos todos os critérios éticos. As questões que nortearam as entrevistas focalizaram a experiência da maternidade prematura e do retorno para casa após a alta hospitalar. As entrevistas foram transcritas e analisadas à luz das discussões sobre a maternidade e do referencial teórico da Psicanálise, em especial a teoria de Donald W. Winnicott. Para análise do material das entrevistas, utilizamos a análise de conteúdo temática. Os resultados evidenciaram o sofrimento vivenciado pelas mães diante da prematuridade de seus filhos, e suas repercussões na construção do vínculo com o bebê, além das repercussões em sua saúde mental. Observamos também que o sofrimento apresentado pelas mães não está atrelado somente à vivência da prematuridade, mas também a uma ruptura com o ideal social sobre a maternidade, apontando para a necessidade de reflexão e de transformação do olhar para a maternidade, em que ela possa ser reconhecida como experiência plural.