Efeitos ecotoxicológicos dos corantes índigo sintético e natural sobre a microalga Raphidocelis subcapitata e sobre o peixe Danio rerio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moreira, Sofia Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180992
Resumo: A indústria têxtil é responsável pela maior parte de corantes utilizados comercialmente. Segundo a literatura estes contaminantes representam potencial tóxico a fauna aquática. Neste contexto destaca-se o corante sintético, Índigo Blue, por seu uso intenso no tingimento do “blue jeans”. Antes o corante índigo era obtido da planta Indigofera tinctoria, mas a viabilidade econômica sobrepôs a produção natural e tornou a cor azul acessível a sociedade com a produção sintética do corante. Este estudo objetivou comparar os aspectos ecotoxicológicos do corante Índigo Blue (sintético) e do corante Índigo Natural (obtido da planta Indigofera tinctoria) expondo-se organismos de dois níveis tróficos diferentes à 100 mg/L de cada corante (concentração representativa de corantes em efluntes têxteis). Os organismos-teste utilizados foram: 1) a alga Raphidocelis subcapitata com duração dos testes equivalente a 72h e 96h, avaliando-se o parâmetro crescimento pela contagem do numero de células em relação ao grupo controle ( a concentração estudada não inibiu o crescimento algal) e 2) o peixe Danio rerio, machos e fêmeas mantiveram-se expostos por 21 dias, num total de seis réplicas para cada tratamento e para cada sexo. Sendo 3 organismos-teste em cada uma das quatro réplicas destinadas para a histologia de gônadas de ambos os sexos e duas réplicas com 4 machos destinados para a reprodução e duas réplicas cotendo 2 fêmeas para a reprodução (proporção de dois machos pra cada fêmea). Após o vigésimo primeiro dia, duas réplicas das destinadas a histologia foram utilizadas para análise da gônada de ambos os sexos advindo de cada tratamento e controle. Os organismos contidos nas demais réplicas para estudo histológico seguiram por mais 21 dias de teste sem exposição aos contaminantes, todos em contato apenas com água de cultivo para avaliação de recuperação biológica. Os organismos das duas réplicas de cada sexo destinadas a reprodução foram submetidos após 21 dias em água contaminada a teste reprodutivo, em seguida os mesmos organismos seguiram por mais 21 dias sem a presença dos contaminantes, em água de cultivo limpa e submetidos a nova reprodução ao final do quadragésimo segundo dia de experimento para avaliação da recuperação biológica. Os endpoints avaliados para os testes de reprodução foram: o número de ovos postos, número de ovos viáveis, eclosão e sobrevivência de larvas por 7 dias. Para estatítica foi realizado Qui-quadrado e Kruskall Wallis utilizando o programa Bioestat. Após 21 dias de exposição aos contaminantes, observou-se toxicidade, em função das análises estatísticas e pela predominância de fases maduras do desenvolvimento gonadal das fêmeas de D. rerio expostas tanto ao corante sintético como ao natural. Para machos de D. rerio nas análises histológicas foi observado predomínio de fases maduras apenas para as réplicas expostas ao Índigo Blue. Após a recuperação biológica análises estatíticas de desova e análises qualitativas de tecido gonadal demonstraram potencial de recuperação biológica.