Gestão democrática: práticas discursivas dos integrantes de escolas públicas estaduais paulistas ocupadas em 2015/2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carvalho, Viviane Izaias de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193017
Resumo: Esta pesquisa objetivou analisar as práticas discursivas construídas sobre gestão democrática por diferentes integrantes de duas escolas públicas da rede estadual paulista ocupadas em 2015/2016 contra a política governamental de reorganização escolar. A proposta é desdobramento de uma pesquisa de iniciação científica cujo objetivo foi investigar os sentidos construídos sobre gestão democrática por diferentes integrantes de escolas públicas pertencentes à rede estadual paulista. A pesquisa de mestrado parte de algumas constatações que a justificam, entre elas, duas merecem destaque: poucas pesquisas se desenvolvem tendo como foco todos os integrantes da escola, uma vez que priorizam professores e gestores; há predomínio de pesquisas prescritivas à realidade escolar. Afinal, quais são as práticas discursivas construídas sobre gestão democrática por diferentes integrantes das escolas públicas estaduais paulistas, ocupadas em 2015/2016 contra a reorganização escolar? O material de análise foram entrevistas semiestruturadas realizadas com dois integrantes de cada segmento de duas escolas públicas da rede estadual paulista – gestores(as), professores(as), funcionário(a), estudantes. Para a análise do material coletado utilizamos o referencial teórico-metodológico de Laclau e Mouffe (2015), a Teoria do Discurso, aprofundando e ampliando, desta forma, o que foi desenvolvido na iniciação científica. A análise indicou que a experiência nas ocupações teve grande importância na ressignificação da escola e das categorias política, gestão e democracia; elas foram consideradas uma coisa só pelos integrantes entrevistados. Também permitiu reconhecer o movimento de ocupação como hegemônico, pois as condições para a hegemonia são justamente essa presença de forças antagônicas se articulando para criar pontos nodais e significantes vazios (LACLAU; MOUFFE, 2015). Nenhuma das demandas particulares dos entrevistados seria suficiente para ocupar as escolas, eles precisaram articular-se e equivaler-se, não deixando suas particularidades e paixões de lado, mas se articulando em um objetivo comum: lutar contra a reorganização escolar. Reconhecemos também como um movimento democrático, pois, uma sociedade democrática, segundo o autor, não é aquela em que o melhor conteúdo reina sem contestação, como nesse caso, mas no qual há sempre a possibilidade de questionamento e nada é alcançado de uma vez por todas. A democracia só se torna possível se reconhecermos o valor que uma identidade deslocada possui.