Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Patrícia Magazoni [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/93862
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Resumo: |
Este estudo comparativo tem como objetivo mostrar como se dá a representação da memória no discurso ficcional da escritora canadense Alice Munro e de Clarice Lispector. As narrativas selecionadas, pertencentes, respectivamente, aos volumes Lives of Girls and Women, de 1971, e Felicidade clandestina, também do mesmo ano, evocam o período da infância por meio da memória e mostram que a volta ao passado possibilita a reinterpretação dos acontecimentos e o surgimento de novos significados não pressentidos na época de sua ocorrência, o que influencia na formação da identidade do narrador que reconstrói fatos já consumados em um processo mediado pela linguagem e auxiliado pela imaginação criativa. Adota-se o conceito de memória inconsciente, elemento indispensável para a formação do aparelho psíquico, proposto por Freud em obras como A Interpretação dos Sonhos, “O bloco mágico” e “Recordar, repetir e elaborar”. O evento, ao ser trazido para o presente, é atualizado e reelaborado, constituindo um passado que não se mantém fechado e inalterado nos vastos palácios da memória, para utilizar as palavras de Santo Agostinho, mas que se modifica com o tempo. As recordações sofrem um deslocamento espaciotemporal e, longe de serem fieis ao que ocorreu, apresentam associações entre a memória, os contextos externos e as fantasias imaginadas. Além da movimentação pelo relato e da composição de um discurso fragmentado, há um cuidadoso trabalho com a voz narrativa e com o tempo, de modo que as narradoras-protagonistas, em ambos os casos, repetem o que foi vivido, mas de forma elaborada, admitindo atualização e revelação de novos significados e constituindo a memória como algo em processo contínuo de renovação |