As perspectivas elaboradas por Dião Cássio e Herodiano sobre as práticas político-culturais do imperador Heliogábalo (séc. III d.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Corrêa, Ariel Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182522
Resumo: A dinastia dos Severos foi a primeira de origem africana e semítica no Império Romano. Tal dinastia teve início no final do século II d.C. com a conquista do Principado por Septímio Severo, o qual foi sucedido por Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre, respectivamente. Dentre os governantes da Dinastia Severa, destacamos o jovem Heliogábalo, proveniente da Síria. Trata-se de um imperador romano que foi muito criticado por autores como Dião Cássio, um senador romano, e Herodiano, que era associado à aristocracia imperial, de modo que a partir das críticas feitas por esses dois autores podemos perceber uma grande resistência às inovações introduzidas por Heliogábalo no campo políticoadministrativo, sobretudo devido à influência do mos maiorum sobre os modelos de análise de Dião Cássio e Herodiano. Uma dessas inovações realizadas pelo imperador foi a concessão de cargos administrativos a artistas da parte oriental do Império. Assim, com base na leitura da documentação, pensamos que para Heliogábalo não era um problema nomear artistas em cargos administrativos, já que ele mesmo se considerava um artista e ocupava o cargo de imperador. Heliogábalo apenas reproduziu, como imperador romano, as práticas culturais que executava na cidade de Emesa, na Síria, onde ocupava o posto de sacerdote antes de se tornar o Princeps. Objetivamos, portanto, compreender a confluência cultural entre a parte oriental e ocidental do Império Romano e como, por meio dela, se abre uma brecha para que sejam possíveis as mudanças administrativas de Heliogábalo, que sofrem resistência da parcela mais conservadora dos senadores romanos, representada pelo senador Dião Cássio e Herodiano, um aristocrata oriental e aliado do senado romano.