A vegetação campestre em gradientes inundáveis: composição florística, dinâmica do banco de sementes e de plântulas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bao, Francielli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152307
Resumo: Espécies exóticas como Urochloa humidicola são introduzidas em pastagens nativas e ameaçam a diversidade de áreas úmidas, como o Pantanal. Áreas com eventos sazonais, a reserva de sementes no solo é uma importante fonte de regeneração. A influência de plantas exóticas e da inundação com relação à dinâmica do banco de sementes, distribuição e composição da vegetação campestre elucidam as características adaptativas voltadas para germinação, crescimento e estabelecimento das espécies. O objetivo foi avaliar as fontes primárias de regeneração: o banco de sementes e de plântulas, em diferentes níveis de topografia e sazonalidade e, estabelecimento de plantas exóticas. As coletas ocorreram em dois campos de pastagem, um dominado por espécies nativas e outro dominado por U.humidicola, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A amostragem ocorreu em lagoas sazonais em três níveis topográficos (baixo, intermediário e alto), para analisar o efeito da sazonalidade, as coletas foram realizadas ao final das estações de seca e de cheia, em dois anos. Os dados da vegetação, do banco de plântulas e de sementes foram analisados separadamente, para avaliar cada estágio de vida em função da sazonalidade, topografia e influência de plantas exóticas. Em seguida os dados de vegetação e banco de sementes foram relacionados para verificarmos a importância do banco de sementes na manutenção da flora nativa. O primeiro capítulo abordou a influência da U.humidicola sobre a pastagem nativa. Observamos alta cobertura vegetal no período de seca, e queda na cobertura vegetal de U. humidicola posterior a inundação. Para complementarmos este estudo foi elaborado o segundo capítulo, com um experimento em laboratório que simulou a inundação e a influência de macrófitas aquáticas na sobrevivência de mudas de U. humidicola. Verificamos que a associação com macrófitas promove a mortalidade de mais de 50% da cobertura aérea de U. humidicola. No terceiro capítulo foi avaliado o banco de sementes de nativas, as estratégias de germinação e as previsões de espécies que podem ocorrer na vegetação quando ocorre inundação e seca foram avaliados, com tratamentos de inundação e pós-inundação do solo. Encontramos rica comunidade de macrófitas durante a inundação e emergentes anuais e perenes pós-inundação. No quarto, avaliamos a regeneração em campo, a distribuição do banco de plântulas sob influência da inundação foi avaliada junto a formação de detritos orgânicos, a influência dos detritos sobre a distribuição de plântulas foi avaliada nos diferentes níveis de topografia. Diferentes concentrações de detritos orgânicos sugerem diferentes estratégias de colonização, variando a distribuição de plântulas entre os níveis. Já a importância do banco de sementes na manutenção da comunidade nativa foi analisada no último capítulo, o banco apresenta diversidade e pode ser uma importante fonte de manutenção da comunidade de espécies nativas, a U. humidicola deve ser tratada com cuidado, pois promove diminuição de macrófitas, este grupo de espécies é particularmente importante no controle de colonização de U. humidicola. Os resultados encontrados neste estudo podem auxiliar em planos de conservação e preservação de áreas úmidas frente à invasão de espécies exóticas.