Recriação dialógica: um estudo sobre a linguagem a partir de Macunaíma na literatura e no cinema.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Luis Eduardo Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235490
Resumo: O interesse pela leitura de romances muitas vezes passa pela experiência estética com o cinema. Considerando as demandas de formação de sentido nesse contexto entre literatura e cinema, e a partir de uma noção de relação dialógica presente na teoria do Círculo de Bakhtin, nossa tese propõe uma perspectiva sobre o fenômeno da adaptação como meio de pensar a produção de sentido. Serão analisados o romance e o filme Macunaíma (1928/1969) por representarem um diálogo entre dois enunciados de renovação estética notáveis na cultura, basta observar a instabilidade que dificulta pensá-los pela perspectiva dos gêneros do discurso. Esse conceito pensado a partir do Círculo de Bakhtin – não como efeito de engessamento analítico, mas como elemento inerente à linguagem – é fundamental no estudo da relação entre estética e os domínios da cultura se desdobrado no jogo com o enunciado. Desse modo, pensar as condições de perspectiva da literatura, por meio do verbal, e do filme, pela imagem em movimento, na formação do enunciado com os ecos dos gêneros que os constituem possibilitará uma discussão que considerará aspectos caracterizadores desses filtros de produção de sentido, como a metalinguagem, o riso e fatores ligados ao espaço-tempo do enunciado que conectados a uma cultura colonizada ligam-se a um passado como meio de recriação: uma memória de futuro. Algo que se expressa no devir dos enunciados na cadeia discursiva e ganha ainda mais razão de ser a partir de uma obra seminal como Macunaíma (1928) que, ao mesmo tempo, representa esse seminal e fecunda um futuro de criação na cultura brasileira, tendo como uma dessas realizações o filme homônimo. Assim, este estudo sobre a linguagem toma a teoria bakhtiniana pela recepção cultural como forma de lidar com duas obras tão entranhadas na cultura brasileira. O que significa, no limite deste trabalho, propor uma chave de análise que se constrói ao afirmar a importância de uma via de mão dupla da produção de sentido a partir de cada forma de apreensão do mundo (filme e romance) em interlocução.