Análise retórica da influência sofista no discurso filosófico e educacional de John Dewey

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Tatiane [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152386
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar a influência dos princípios filosóficos e educacionais dos Sofistas, especialmente Protágoras, Górgias e Hípias na filosofia educacional de John Dewey. Concomitantemente, buscou-se analisar a retórica Sofista como um instrumento de formação do cidadão democrático. Para a consecução de tais objetivos utilizou-se a metodologia de análise retórica desenvolvida por Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca tendo por base os Tópicos de Aristóteles. Por meio da análise retórica podemos identificar e analisar o que chamamos de marcos discursivos, determinadas formas típicas de elaborar e solucionar problemas filosóficos expressos em formas argumentativas peculiares; a localização dos marcos discursivos nos permite refletir sobre a função dessas formas típicas de argumentar na constituição das propostas educacionais peculiares presentes em autores que compartilham certos núcleos argumentativos. O primeiro capítulo explicita a questão central que rege toda a estrutura do trabalho, apresentando a analogia da educação com a agricultura, cuja origem é atribuída por Jaeger aos Sofistas. O segundo capítulo aborda as concepções gerais da Sofística e do Pragmatismo com o intuito de aproximar o leitor das principais características dessas abordagens filosóficas. O terceiro capítulo examina a divisão da realidade entre dois terrenos, superior e inferior, iniciada nas discussões filosóficas ocorridas na Grécia Clássica e caracterizada pela oposição entre physis (a natureza cuja ordem independe da ação humana) e nómos (a convenção diretamente relacionada às decisões humanas). O quarto capítulo é resultado das reflexões elaboradas nos capítulos anteriores, e examina o poder e a importância da palavra/comunicação na vida do homem e da sociedade democrática para a formação dos consensos que regem as relações entre os homens e desses com o mundo no qual estão inseridos. A argumentação dos Sofistas e Dewey evidenciam que o desenvolvimento do homem e da inteligência humana por meio do método experimental é possível somente quando os indivíduos se integram nas atividades grupais. Ao se envolverem nas discussões a respeito da homonoia, dos consensos que regulam e direcionam a vida da sociedade, com os recursos do poder do lógos, os homens se tornam ativos participantes na busca pelo bem comum, criando assim a sociedade e, ao mesmo tempo, criando a si mesmos como cidadãos. Mediada pelos métodos democráticos de persuasão, raciocínio, comunicação, deliberação e debate, a participação viabiliza experiências mais amplas, ricas, emancipadoras e compartilhadas. O alcance e a concretização dessa participação, no entanto, só é possível se os indivíduos tiverem uma educação retórica que o habilite a examinar as diversas opiniões que se apresentam e elaborar um juízo sobre qual delas responderá, da melhor maneira possível, ao problema enfrentado e, se for o caso, ter criatividade e discernimento para criar novas perspectivas de ação.