Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Gil Kruppa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/250907
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Resumo: |
Introdução: O hipotireoidismo subclínico (HSC) é uma condição definida bioquimicamente pela elevação persistente nos níveis séricos hormônio tireotrófico (TSH) e níveis normais dos hormônios tireoidianos, com significado clínico e história natural ainda não bem esclarecidos na faixa etária pediátrica. Objetivos: Avaliar a evolução natural do HSC não auto-imune leve em crianças e adolescentes, as características clínicas e laboratoriais no momento do diagnóstico e após 24 meses de observação, bem como identificar parâmetros clínicos e/ou laboratoriais que pudessem prever o risco de persistência no HSC ou progressão para o hipotireoidismo franco. Casuística e métodos: estudo prospectivo em crianças e adolescentes entre 3 e 15 anos atendidos no ambulatório de endocrinologia pediátrica do Hospital das Clínicas de Botucatu com diagnóstico de HSC. Pacientes com obesidade, diabetes mellitus tipo 1, doença celíaca e tireoidite de Hashimoto ou aqueles que receberam levotiroxina ou outros medicamentos que afetam a secreção hormonal tireoidiana foram excluídos. Após consentimento dos responsáveis, os pacientes foram acompanhados durante 24 meses. Em cada visita, foram avaliadas a presença de manifestações de hipotireoidismo, antropometria, exame físico e estadiamento puberal e perfil tireoidiano. Perfis lipídico e glicêmico e idade óssea foram avaliados anualmente. Avaliação ultrassonográfica da tireoide foi realizada em todos os pacientes. Resultados: foram seguidos 25 pacientes, sendo 18 (72%) do sexo masculino. No momento da inclusão, a idade média era de 7,6 ± 2,7 anos, 23 (92%) eram pré-púberes e 2 pacientes (8%) apresentavam história de alteração em exame de triagem neonatal para hipotireoidismo congênito. Os valores médios de TSH e T4 livre eram de 7,2 ± 1,3 mUI/L e 1,1 ± 0,2 ng/dL, respectivamente e 14 pacientes (56%) apresentaram pelo menos uma variável do perfil lipídico alterado. Dez (40%) pacientes apresentavam hipoplasia tireoidiana na ultrassonografia. Após 24 meses, 19 pacientes (76%) evoluíram com normalização dos níveis de TSH (grupo A), 5 (20%) persistiram com HSC (grupo B) e um paciente (4%) evoluiu com hipotireoidismo franco (grupo C). Nenhum dos pacientes apresentou queda na velocidade de crescimento ou atraso na maturação óssea. Não foram observadas mudanças no escore-Z do IMC entre o momento de inclusão e o término do período de observação. Sete pacientes (36,8%) do grupo A e 3 pacientes (60%) do grupo B apresentavam hipoplasia tireoidiana, não sendo considerada um fator de risco para a persistência de hipotireoidismo subclínico, evolução para hipotireoidismo franco ou obesidade. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre os dados antropométricos, história familiar de doença tireoidiana, níveis de TSH e T4 livre no momento de inclusão do estudo e após 24 meses de observação e os grupos. Conclusões: O HSC não auto-imune leve mostrou ter uma evolução benigna e auto-limitada na maioria dos pacientes acompanhados e evolução para hipotireoidismo franco foi incomum. Não foram observados efeitos negativos no crescimento, maturação óssea ou desenvolvimento puberal tanto nos pacientes que evoluíram com normalização da função tireoidiana como naqueles que mantiveram elevação do TSH. A frequência de dislipidemia nos pacientes com HSC não foi maior que a observada na população pediátrica brasileira e não variou no decorrer do período de observação, porém nenhum dos paciente necessitou de tratamento farmacológico. Não foram identificadas outras alterações laboratoriais nem no momento do diagnóstico bem como durante seu acompanhamento. Não identificamos parâmetros clínicos e/ou laboratoriais que pudessem prever o risco de persistência do hipotireoidismo subclínico ou progressão para o hipotireoidismo franco. |