Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lino, Lilian de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/254822
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Resumo: |
Este estudo teve como objetivo analisar as Representações Sociais (RS) de professoras da rede municipal de escolas de um município localizado no interior do estado de São Paulo para identificar suas representações acerca da heteronormatividade. A pesquisa parte do pressuposto que a heteronormatividade permeia os espaços escolares, assim como os comportamentos e também as narrativas docentes em relação ao que é considerado fora dos padrões heterossexuais, afetando diretamente o processo formativo dos/as jovens em assuntos referentes as dimensões da sexualidade. Nesse sentido é que se compreende a heteronormatividade como um conjunto de comportamentos e posturas heterossexuais julgadas como única via de aceitação social na qual aqueles considerados fora de seus padrões comportamentais são excluídos e marginalizados. A Teoria das Representações Sociais (TRS) foi usada como eixo teórico para analisar o modo como as professoras compreendem a heteronormatividade e a Análise do Conteúdo, com o auxílio do software WebQDA foi utilizada como metodologia para interpretar e analisar os dados obtidos pela pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, que foi realizada com dezessete professoras de Ensino Fundamental I. Os resultados nos possibilitaram compreender que entre as representações sobre sexualidade existe o predomínio da binaridade de gênero como condutora das relações sociais, ou seja, a heterossexualidade é o fio condutor que determina majoritariamente como devem ser os comportamentos, as identidades e orientações sexuais. Dentre os discursos, também percebemos transformações geracionais de representações sobre sexualidade que apresentam possíveis aberturas, demonstrando que esse tema vem perdendo o rótulo de tabu e impassível de ser debatido. As docentes representaram a heteronormatividade como o padrão heterossexual seguido por nossa sociedade. Suas falas a princípio trouxeram o debate sobre os papéis sociais que são definidos para homens e mulheres, atrelando-o ao fato da mulher na contemporaneidade possuir os mesmos direitos que o homem. Porém, as representações sobre outras identidades e orientações sexuais, de algumas docentes encontram-se ancoradas por dogmas religiosos, tradições familiares e culturais que invisibilizam as minorias. O incômodo de que essas expressões consideradas diferentes venham à público, por serem consideradas exageradas ou inadequadas também são formas de não aceitação presentes nos discursos. Todas essas representações se reverberam no cotidiano escolar, uma vez que são aprendidas, repassadas ou silenciadas nas interações entre professores/as e alunos/as. Todo esse cenário aponta para entraves significativos para que a diversidade sexual seja trabalhada nas escolas. Nesse ponto as docentes divergiram a quem cabe esse papel, na medida em que suas falas expressaram a inexistência de formação continuada na área da educação sexual. As professoras demonstraram insegurança e medo de retaliação, caso precisem trabalhar essa temática, e diante das experiências de sexualidade de alunos/as destacou-se mais uma vez a urgência de formação continuada. Diante do que foi constatado, torna-se indispensável ponderarmos a respeito da formação em educação sexual de professores/as. Por fim, destacamos que a escola deve ser espaço de oportunidades para a problematização, por meio da promoção do diálogo, da escuta e da discussão acerca da construção cultural do gênero e da sexualidade. |