Efeito de idade e dietas com diferentes fontes de proteína e carboidrato sobre a microbiota associada à mucosa gastrointestinal de cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Maria, Ana Paula Judice [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150715
Resumo: O presente estudo avaliou e comparou a composição da microbiota associada à mucosa gastrointestinal de cães adultos e idosos, alimentados com rações contendo proteína de origem animal ou vegetal e fibras de diferentes fermentabilidades. O estudo também comparou a composição da microbiota associada a mucosa do duodeno, jejuno e cólon. O ensaio seguiu esquema fatorial 3 x 2, com três rações e duas idades. Foram utilizados 18 cães adultos (2,6 ± 0,9 anos) e 18 cães idosos (10,2 ± 1,0 anos). Foram produzidas três dietas: dieta NFF com fibra insolúvel não fermentável a base de cana-de-açúcar e farinha de vísceras de frango; dieta FF com polpa de beterraba, fibra fermentável e parcialmente solúvel, e farinha de vísceras; dieta SM com 30% de farelo de soja em substituição a farinha de vísceras de frango. Os animais foram submetidos a 30 dias de adaptação à dieta e nos dias 31 e 32 foram realizadas as endoscopias e colonoscopias para coleta de fragmentos do duodeno, jejuno e colon, para posterior análise da microbiota associada à mucosa gastrointestinal através do sequenciamento Illumina. Os dados foram avaliados por análise de variância e médias comparadas pelo teste de Tukey. Dados sem destibuição normal foram submetidos a transformação logarítmica na base 10, log (x + 1) ou raiz quadrada antes da análise estatística, e quando necessário submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. A avaliação das dietas e do efeito da idade sobre a mucosa do cólon demonstraram que cães idosos e adultos possuem uma microbiota associada à mucosa do cólon diversa e com grupos bacterianos predominantes iguais. O envelhecimento mostrou alterações na microbiota da mucosa do cólon canino com menor abundância de algumas famílias e gêneros em cães idosos. Os macronutrientes também levaram a alterações na microbiota associada com a mucosa do cólon de cães. As fontes de fibra que possuem diferentes perfis de fermentação levaram a diferentes abundâncias de algumas bactérias. A dieta NFF levou a uma maior abundância de [Prevotella] e Lachnospiraceae gênero indefinido, já as dieta FF e SM acarretaram em maior abundância de Veillonellaceae e Megamonas na mucosa do cólon. Também a fonte de proteína de origem animal levou a uma maior abundância de grupos bacterianos relacionados com a degradação de proteínas, aminoácidos e derivados, tais como Peptococcaceae, Peptococcus e Slackia. A avaliação da microbiota associada à mucosa do jejuno, do duodeno e do cólon mostrou mudanças nos grupos de bactérias predominantes entre o intestino delgado (duodeno e jejuno) e o cólon. A caracterização da microbiota associada à mucosa gastrointestinal em cães saudáveis pelo sequenciamento Illumina é útil para a compreensão da diversidade das comunidades intestinais microbianas nos cães, e permitiu acessar o núcleo normal de alguns grupos bacterianos que podem estar alterados em doenças gastrointestinais . Portanto, o estudo demonstrou que a idade e os macronutrientes podem alterar a microbiota associada à mucosa do cólon, como também mostrou que o jejuno, duodeno e cólon abrigam o mesmo grupo de bactérias, mas em diferentes concentrações.