Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Minali, João Alexandre [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192104
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Resumo: |
A sexualidade infantil é um tema polêmico que tem gerado discussões entre estudiosos, educadores e a comunidade. Embora, desde Freud, as pulsões sexuais, tenham sido objeto de estudos, ainda na atualidade, há os que sustentem a ideia de que a sexualidade despertaria somente na adolescência, desconhecendo que ela estaria presente precocemente, ligada a atividades independentes do funcionamento dos genitais. Tal concepção torna-se motivo de preocupação quando relacionada à escola, pois frequentemente os professores da primeira etapa do Ensino Fundamental se deparam com manifestações sexuais por parte de seus alunos. Nesse sentido, torna-se importante conhecer as interpretações desses profissionais sobre as manifestações da sexualidade infantil ocorridas em seus espaços de atuação, assim como a complexidade de situações embaraçosas que os professores vivenciam cotidianamente. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa consistiu em descrever as interpretações de oito professores da primeira etapa do Ensino Fundamental de uma escola pública sobre manifestações sexuais por parte dos seus alunos, os quais, sob a perspectiva psicanalítica, estariam no período de latência. A metodologia utilizada pautou-se em uma abordagem qualitativa de pesquisa, sendo utilizados, como instrumentos de investigação, grupos focais e entrevistas semiestruturadas. Os resultados obtidos demonstraram que os professores, com a exceção de apenas uma professora, embora tenham tido contato com o tema da sexualidade infantil em suas formações iniciais ou em cursos complementares, possuem um conhecimento relativo sobre o desenvolvimento sexual infantil e muitos alegam encontrar dificuldades em relacionar tais conhecimentos aos problemas enfrentados no cotidiano, o que evidencia um contexto formativo restrito. Diante disto, alguns professores relataram buscar conhecimentos sobre este tema por conta própria de modo a fornecerem melhor auxílio aos seus alunos. Verificou-se que as dificuldades encontradas pelos professores em sua prática pedagógica extrapolam o contato com manifestações sexuais infantis consideradas características do período de desenvolvimento sexual no qual as crianças se encontram. Alguns professores relataram ter tido contato com manifestações que demonstram a adoção de práticas consideradas mais típicas da adolescência, como por exemplo, o namoro com “beijo na boca”. Evidenciou-se que as meninas tendem a adotar, precocemente, vestimentas consideradas sensuais pelos professores. Houve também alguns relatos de manifestações sexuais que levantaram suspeitas de que a criança havia sido vítima de abuso sexual. Casos como esses, embora denunciados ao Conselho Tutelar, constituem situações complexas que podem ocasionar sentimentos de angústia e impotência aos professores. Por fim, também é importante ressaltar curiosidades sexuais e relacionadas aos papeis de gênero, que podem ser típicas da fase da latência. Concluímos que, para além da falta de contextos formativos sobre sexualidade infantil condizentes com as necessidades dos professores, estes profissionais são levados, constantemente, a se depararem com situações envolvendo expressões sexuais infantis que provocam sentimentos de desconforto por não poderem prestar uma assistência adequada aos seus alunos. |