A interação social dentro de uma escola com perspectivas inclusivas: análise do ensino de Ciências para alunos surdos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hencklein, Fabiana Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190779
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo investigar as conjunturas que possibilitam e dificultam o estabelecimento da interação social entre atores (alunos e profissionais da educação) e setores (administrativo e pedagógico) em uma escola pública de anos finais do ensino fundamental que visa o acesso aos conteúdos científicos para alunos surdos e ouvintes, tendo, portanto, perspectivas inclusivas. Além disso, mais do que buscar novas estratégias de aprendizagem, a área de ensino de Ciências necessita compreender também conceitos de deficiência, cultura Surda, inclusão escolar e educação especial. Assim, a pesquisa pautou-se na teoria histórico-cultural vigotskiana, a qual considera que o pensamento e a linguagem se formam por conexões condicionadas socialmente e que para uma aprendizagem efetiva é fundamental uma colaboração organizada entre professor e aluno e, para uma análise dos discursos o trabalho orientou-se pela teoria da enunciação e dos gêneros discursivos de Bakhtin e o círculo, buscando compreender como se dá a relação de sentido entre os enunciados das esferas de ação estudadas na escola, os gêneros de discurso, pois tudo que se diz, é dito a outrem e, portanto, os discursos estão repletos de conceitos relacionados as conjunturas vividas na instituição. A investigação é qualitativa, pois procurou averiguar no processo as características das realidades sociais presentes na escola, onde se fez entrevistas semiestruturadas com nove profissionais da educação, pertencentes a quatro esferas de ação, sendo eles: duas professoras da sala regular (Ciências), três professoras da equipe de gestão (diretora, vice-diretora, coordenadora pedagógica do ensino fundamental), dois professores da sala de recursos e duas intérpretes de Libras-Língua Portuguesa. Realizou-se um enquadramento contextual de cada resposta as perguntas realizadas para todos os entrevistados no qual considerou-se sua unidade temática, sua propriedade funcional e seu plano composicional, avaliando-se depois as possibilidades e dificuldades apresentadas por cada grupo de entrevistados, além das semelhanças e divergências em seus discursos. Um fato apresentado por todas as esferas sociais estudadas foi a falta de conhecimento da Libras pela maioria dos profissionais da educação presentes na escola, embora todos considerem importante entende-la pela presença do aluno Surdo na instituição, assim, quase toda interação social com esse aluno fica atrelada a presença ou do intérprete ou de um professor da sala de recursos. No entanto oportunidades de aprendizagem da Libras são oferecidas de diferentes maneiras, como: o Coral de Libras, curso oferecido por aluno Surdo a alunos e professores, além da convivência com o intérprete. Assim considera-se que o fato de se incentivar a aprendizagem de Libras tem estimulado a interação social entre os sujeitos e, isso pode auxiliar a aprendizagem dos alunos Surdos, mesmo que nem todos sejam usuários da língua de sinais, portanto, os conflitos constantes na escola talvez possam se transformar na característica que possibilita a comunicação.