O ir e vir em cidades amazônicas: práticas cotidianas de mobilidade e fragmentação socioespacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Carrera, Rayan Valter Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259762
Resumo: As cidades de Castanhal e Marabá, situadas no estado do Pará, apesar de conformarem a rede urbana amazônida-paraense, apresentam lógicas socioespaciais distintas, reverberando a centro-periférica, para Castanhal, e a fragmentária, para o caso específico de Marabá. Em Castanhal, por sua vez, observa-se a emergência de uma reestruturação da cidade a partir da formação de novos núcleos embrionários, enquanto em Marabá consolida-se uma configuração marcadamente multi(poli)cêntrica. Com base nesses contextos, este estudo tem por objetivo geral analisar as dinâmicas correlata ao processo de fragmentação socioespacial e as práticas cotidianas de mobilidade nas cidades médias de Castanhal e Marabá, no estado do Pará, com foco nas lógicas socioespaciais predominantes e suas implicações para o direito à mobilidade e à cidade. A pesquisa adotou uma abordagem quali-quantitativa, combinando a análise das experiências individuais com a compreensão das estruturas e instituições como resultantes da ação social. Com base nisso, foram empregadas técnicas estatísticas para o tratamento de dados, bem como representações gráficas e cartográficas, com o objetivo de reforçar a interpretação dos resultados. Por sua vez, os resultados salientam que, na cidade de Castanhal, o processo de segregação socioespacial se intensifica, mantendo-se atrelado à lógica centro-periférica e correlacionado a emergência de novos núcleos secundários, sugerindo uma complexificação gradual do espaço urbano, com uma manifestação tímida, porém presente, de processos fragmentários. Em contraste, Marabá apresenta uma clara lógica fragmentária, resultado de seu desenvolvimento histórico e das políticas de expansão atrelada ao mercado imobiliário, reverberando numa distribuição assimétrica de poder e influência econômica entre seus núcleos urbanos e acentuando a segmentação social em âmbito residencial e de consumo. Em ambos os cenários, contudo, reverbera a busca por autonomia manifestada nas estratégias de mobilidade cotidiana dos citadinos menos favorecidos economicamente, revelando adaptações que, apesar de não se manifestarem como práticas subversivas, refletem a resiliência e a busca por superação das barreiras erigidas ante essas novas e cada vez mais complexas tramas urbanas.