A agroindústria cafeeira de Botucatu-SP: análise heurística da Fazenda Serra Negra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Antunes, Beatriz Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213985
Resumo: O processo industrial do café foi incentivado pelo incentivo à ferrovia, substituição da mão de obra escrava pelo trabalho livre imigrante e pelas políticas positivistas da proclamação da República. A configuração do território de Botucatu (urbano e rural) é resultado da influência exercida pela produção cafeeira paulista. Entende-se que o processo de urbanização da cidade ocorreu graças a articulação entre os serviços de comércio, saúde, educação e finanças, ocorridas no centro urbano, com a agroindústria cafeeira de Botucatu: as fazendas Monte Selvagem, Boa Esperança, Monte Alegre, Lageado e Serra Negra. A fazenda Serra Negra foi uma grande produtora de café durante o auge cafeeiro, e corresponde à um representativo patrimônio industrial no estado de São Paulo. Após a queda da produção cafeeira e do êxodo rural, algumas destas edificações foram ressignificadas e abandonadas, mesmo com o forte simbolismo de antigos moradores. A pesquisa objetiva analisar o processo agroindustrial cafeeiro do Município de Botucatu (contexto) e suas relações com a fazenda Serra Negra (texto), através dos cronotópos que marcaram sua trajetória: territorialização (1880 à 1950) e desterritorialização (1950 aos dias de hoje). A partir disso, propor a valorização do Patrimônio industrial da agroindústria cafeeira do Município de Botucatu, bem como a reterritorialização da Fazenda Serra Negra, com base no método Urbanismo Ambiental Hermenêutico. Os resultados apontam que o contexto foi fundamental para articulação e desarticulação da agroindústria com o centro urbano de Botucatu. A conservação das fazendas e a relação simbólica da população com as mesmas nos levou a uma proposta de valorização do patrimônio agroindustrial por meio da reconexão entre o espaço urbano (Botucatu) e rural (Fazenda Monte Alegre, Boa Esperança, Monte Selvagem, Lageado e Serra Negra) através da proposta da “Rota do Café”. Na reterritorialização da Fazenda Serra Negra (texto), como parte da Rota do café, são propostas a reabilitação e o restauro das 4 unidades ambientais identificadas: Casa-Sede, Casa dos Colonos, Plantação e Núcleo Industrial. Ao fim, conclui-se que a pesquisa contribuiu com os estudos sobre o método Urbanismo ambiental hermenêutico, auxiliando no desenvolvimento de ferramentas para identificação dos ambientes físicos, sociais e simbólicos dos sítios históricos; com a valorização do patrimônio agroindustrial e o incentivo às políticas de educação e cultura patrimonial.