Avaliação da associação entre a presença de doença periodontal e reestenose de stent convencional: estudo caso controle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Osugue, Raphael Kazuo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180535
Resumo: A doença arterial coronária (DAC), assim como a doença periodontal (PD) são patologias muito prevalentes e apresentam vias em comum na sua fisiopatologia que é a inflamação crônica. A angioplastia coronária percutânea com implante de stent se estabeleceu como a principal forma de revascularização miocárdica no tratamento da DAC porém cerca de 16% a 44% dos pacientes podem evoluir com reestenose do stent. Se a doença periodontal, pelo seu estado inflamatório sistêmico crônico estaria contribuindo para um aumento nas taxas de reestenose de stents convencionais não está definido e não é uma rotina na prática clínica a avaliação da cavidade oral antes de um procedimento de angioplastia coronária. O objetivo primário do estudo foi avaliar a correlação entre a doença periodontal com a incidência de reestenose do stent, enquanto os objetivos secundários foram avaliar a prevalência da doença periodontal, o número de dentes, o grau de perda óssea e finalmente a gravidade da doença periodontal na população do estudo. Para isto realizamos um estudo pioneiro, retrospectivo, caso controle e em um único centro no período de janeiro de 2016 a fevereiro de 2018. Foram analisados 1685 exames de cinecoronariografia dos quais 283 apresentavam imagem de stent com e sem reestenose sendo incluídos 49 pacientes separados entre o grupo caso, com reestenose (n=15) e o grupo controle, sem reestenose (n=34). Excluímos os pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) não controlados, portadores de stents do tipo farmacológico ou aqueles que possuem reestenose de stents implantados há mais de dois anos. Para análise estatística foram utilizados o teste de qui-quadrado nas variáveis qualitativas, teste de ANOVA para variáveis quantitativas., cálculo do Odds Ratio e o teste de Igualdade de Duas Proporções para comparar os grupos de reestenose com a distribuição do tipo de doença periodontal. Não encontramos diferença estatisticamente significativa entre a doença periodontal e a reestenose de stent OR 1,12 (IC 95%: 0,82-1,53) com p=0,414. A prevalência da doença periodontal foi bastante elevada 79% (n=39), a média do número de dentes entre os grupos foi de 16,4 para grupo caso e 18,2 para o grupo controle, o grau de perda óssea foi de 50,6% no grupo Caso e 53% no grupo controle e finalmente a gravidade da doença periodontal na população do estudo foi bastante heterógena entre os grupos. Dentro dos limites do presente estudo, não podemos inferir se existe uma correlação da doença periodontal com a reestenose dos stents implantados. Porém fica claro que a saúde bucal neste perfil de pacientes e altamente precária pela alta prevalência de doença periodontal, pela grande quantidade de perda dentária e perda óssea observada em ambos os grupos e a gravidade da doença periodontal em diferentes estágios sendo inclusive um dos fatores que prejudicou a obtenção da amostra a grande prevalência de edêntulos com doença coronária pré estabelecida. Futuros estudos com amostras maiores são necessários para confirmar essa hipótese.