Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Beatriz Lopes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194330
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Resumo: |
Ações antrópicas têm mudado os ecossistemas de forma extensiva causando o declínio da biodiversidade e gerando impactos a um importante serviço ecossistêmico, a polinização. A interação entre as espécies no processo de polinização pode ser interpretada como uma rede de interações. Dessa forma, o uso desta abordagem permite ampliar o entendimento das dinâmicas de comunidade e avaliar prioridades de conservação de acordo com o papel das espécies. O campo rupestre é uma vegetação distribuída em mosaicos associada a elevadas altitudes e que concentra alto endemismo e biodiversidade. É uma vegetação descrita como um OCBIL (Old, Climatically-Buffered Infertile Landscape), ou um sistema antigo, tamponado climaticamente, numa paisagem infértil ou empobrecida, o que explicaria os sua alta biodiversidade, endemismo e traços funcionais. Com isso, encontramos uma flora com populações localmente restritas, sendo previsto, de acordo com a teoria OCBIL, que voadores que alçam voos de maiores distâncias são essenciais para conectar a paisagem promovendo o fluxo gênico. Por ser uma vegetação diversa, mas também ameaçada, a partir do levantamento de seus polinizadores, caracterização dos sistemas de polinização e distribuição na paisagem, buscamos testar a hipótese proposta para os OCBILs de que polinizadores de longa distância seriam os principais vetores de polinização. Em seguida, com os dados de interação de uma comunidade de campo rupestre, buscamos caracterizar como esta rede de interações está estruturada, o papel das espécies de acordo com a sua posição na rede, buscando subsidiar estratégias de conservação. Reunimos 413 espécies de polinizadores, sendo a maioria abelhas (220 espécies) e moscas (69). Entre as 636 espécies de plantas avaliadas encontramos que o principal sistema de polinização é por abelhas (56%), seguido pelo vento (14%) e por beija-flores (10%). Vimos que a polinização pelo vento, abelhas pequenas e moscas aumenta com a altitude, enquanto a polinização por abelhas grandes e beija-flores não se altera na altitude. Os sistemas de polinização relacionados aos voadores de longa distância também são mais frequentes nos afloramentos rochosos, que é a tipologia de vegetação mais isolada. Em relação a rede de interações, encontramos uma meta rede aninhada e modular. Porém, esta modularidade é perdida ao simularmos a retirada da abelha exótica Apis mellifera. Abelhas grandes ocupam papéis importantes na rede, com destaque para a nativa Bombus pauloensis. Plantas polinizadas por abelhas, mas que são amplamente visitadas por outros grupos taxonômicos, também têm papéis centrais na rede. Nossos resultados corroboram a hipótese de OCBIL ao confirmarmos a importância de sistemas de polinização relacionados a voadores de longa distância no gradiente de altitude e sua prevalência nos afloramentos rochosos do campo rupestre. Além de analisar a importância dos principais sistemas de polinização do campo rupestre, apresentamos o papel das plantas e polinizadores para a manutenção da estrutura da rede de interações, considerando o seu grau de ameaça e endemismo. Estes resultados, juntamente com a base de dados inédita de interações entre plantas e polinizadores, concentram informações chave para o conhecimento da evolução, dinâmica das comunidades e para a definição de estratégias de conservação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos do campo rupestre. |