Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Resende, Marcelo Branquinho Massucatto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180962
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Resumo: |
Ainda hoje, a transexualidade encontra-se assombrada pelo espectro da subalternidade e da marginalidade, uma vez que essa condição ainda remete áreas das ciências médicas a formas e modos de patologização, que surgem como herança da concepção moderna, falocêntrica e positivista do corpo, que refletiu em diversas áreas de conhecimento, mesmo na dos estudos literários, que tratam temáticas como essa a partir do viés da subalternidade. Com o desenvolvimento dos estudos culturais nos anos 1960, tornaram-se possíveis leituras queer de obras literárias sob a perspectiva da desconstrução, termo originado a partir dos escritos do filósofo francês Jacques Derrida, e, com o posterior nascimento do pós-estruturalismo, abriram-se as possibilidades de refutação a leituras fixas dos cânones literários, bem como a negação a uma versão fixa, teleológica e falogocêntrica acerca da história da literatura. Os romances Orlando (1928), de Virginia Woolf, e Orlanda (1996), de Jacqueline Harpman, remetem a performances literárias de identidades trans (aqui englobando as manifestações da transexualidade, transgeneridade, travestilidade e intersexualidades) sob o prisma de diferentes nacionalidades, contextos políticos, socioeconômicos e posicionamentos artísticos circunscritos às suas autoras quando na data de publicação. Partindo de uma análise comparada das duas obras pretende-se encontrar pontos comuns e divergentes entre seus projetos literários e traçar uma arqueologia de romances trans do século XX, avaliando como a transcendência às heteronormas de seus respectivos contextos de publicação permite o revisionismo literário e a inscrição de uma tradição literária trans nesse período histórico que poderia ter contribuído com a formação de uma literatura, com identidades e subjetividades trans, como conhecidos no século XXI. Ou seja, o estudo de uma performatividade literária trans apartada do cânone. |