Estudo dos protocolos de atenção à saúde da gestante de alto risco e prevalência de cárie dentária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Custódio, Lia Borges de Mattos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180949
Resumo: A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser considerada uma experiência de vida saudável, que envolve alterações físicas, sociais e emocionais, no entanto, alguns fatores de risco podem desencadear evolução desfavorável à gestação. O objetivo neste trabalho foi analisar protocolos de atenção à saúde bucal de gestantes e condições bucais relacionadas à cárie. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, de análise documental e levantamento epidemiológico de saúde bucal, com gestantes de alto-risco de 28 municípios que fazem referência a um Ambulatório Médico de Especialidades do estado de São Paulo. Foram obtidos protocolos de cuidado à saúde das gestantes dos municípios pesquisados e verificados os dados sobre acesso, indicação da primeira consulta odontológica e critérios de referência e contrarreferência. No levantamento epidemiológico, 1500 gestantes foram examinadas; o índice CPOD foi calculado e as seguintes variáveis independentes foram verificadas: idade, renda, escolaridade, hipertensão arterial, hipertensão arterial gestacional, diabetes mellitus, diabetes mellitus gestacional, obesidade, tabagismo. Foram realizados testes estatísticos de qui-quadrado e análises univariada e multivariada ao nível de significância de 5%. Dentre os municípios, 53,57% (n=15) não possuíam nenhum documento instituído e 46,43% (n=13) apresentaram algum documento que contemplasse a atenção pré-natal médico/enfermeira e odontológico. Nos documentos encontrados (n=16), havia registros de cuidados gerais na gestação e apenas 4 apresentaram protocolo de atenção à saúde bucal. A forma de “acesso” mais frequente, descrita nos documentos, foi a livre demanda e não se observou a definição de “gestante” como grupo prioritário na descrição dos serviços. Os mecanismos de referência e contrarreferência e a indicação de ao menos uma consulta odontológica na gestação não foram contemplados nos protocolos de saúde bucal. Do total de gestantes, apenas 5,93% (n=89) apresentaram CPOD=0. A cárie foi associada às variáveis: renda (OR=2,21; p<0,01); nível educacional (OR=2,20; p<0,001); hipertensão arterial (OR=1,50; p<0,01), tabagismo (OR=1,83; p<0,001) e obesidade (OR=1,80; p<0,01). Conclui-se que o cuidado odontológico no período pré-natal não se apresenta de forma organizada em protocolos de atenção à saúde. Os mecanismos de referência e contrarreferência precisam ser aprimorados. As gestantes de alto-risco apresentaram alta prevalência de cárie dentária e houve associação com renda, escolaridade, hipertensão arterial, tabagismo e obesidade.