Estudos biofísicos da Hemoproteína extracelular de Amynthas gracilis (HbAg) na ausência e na presença de surfactantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ramos, Lierge [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151572
Resumo: As hemoglobinas constituem um grupo de proteínas que desempenham um papel vital nos organismos. Suas propriedades intrínsecas, assim como a sua relação estrutura-atividade, envolvem fenômenos tais como a cooperatividade e afinidade por ligantes específicos, como o oxigênio, que estão associados a uma variedade de processos que viabilizam a vida. As hemoproteínas, em especial as hemoglobinas de anelídeos têm sido objeto de estudo de diferentes grupos de pesquisa, devido a sua alta estabilidade oligomérica, resistência à oxidação, alta cooperatividade e afinidade por ligantes específicos, apresentando um alto potencial em aplicações biotecnológicas como, por exemplo, substituto sanguíneo. Estudos sobre a caracterização estrutural e a determinação da estabilidade de hemoproteínas na presença de surfactantes, por meio de várias técnicas como absorção ótica, emissão de fluorescência, CD (Dicroísmo Circular) e espalhamento de luz podem trazer informações sobre esta classe de proteínas, principalmente sobre o mecanismo de oxidação, dissociação e desnaturação. Desta forma, no presente projeto de pesquisa objetivou realizar a caraterização biofísica da hemoglobina extraída de Amynthas gracilis (HbAg) na presença de surfactantes iônicos (SDS e CTAC) nos valores de pH 5,0 e 7,0. Os resultados nos mostram que ambos os surfactantes são capazes de interagir fortemente com a HbAg, sendo que o pH do meio influência diretamente na intensidade da interação proteína-surfactante. O SDS em pH 5,0 interage fortemente com a HbAg formando precipitados de complexo proteína-surfactante, podendo ser observados em baixas concentrações de SDS (0,01 – 0,2 mmolL-1). Enquanto que para o CTAC ocorre uma forte interação entre o surfactante e a HbAg em pH 7,0 em uma faixa de concentração de 0,01 – 0,07 mmolL-1. A formação de agregados nestes sistemas provavelmente ocorre em função do ponto isoelétrico (pI) da HbAg ser ácido (6,0 ±3), assim como o de outras Hb extracelulares, como resultado de uma forte interação eletrostática. As medidas espectroscópicas indicam que com o aumento da concentração dos surfactantes ocorre a ressolubilização dos agregados. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que o SDS e o CTAC promovem o processo de oxidação/dissociação da HbAg em baixas concentrações e que nas concentrações máximas de surfactantes utilizadas neste trabalho o processo de desnaturação da HbAg não é completo.