Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Paula, Danytiele Cristina Fernandes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/190713
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Resumo: |
A proposta principal deste trabalho foi investigar as relações de transparência e opacidade nas línguas indígenas da família Naduhup por meio de distintos fenômenos, como aposição, referência cruzada, acordo oracional etc., tomados como parâmetros para o estudo da transparência sob o aparato teórico da Gramática Discursivo-Funcional, desenvolvida por Hengeveld e Mackenzie (2008). Dessa forma, não apenas se assume uma perspectiva funcional, mas também uma nova abordagem desse fenômeno a partir do escopo da Gramática Discursivo-Funcional, que, graças à sua organização descendente de camadas, permite a definição da transparência considerando o alinhamento entre e dentro dos níveis de análise da teoria, o que representa uma inovação do conceito – tradicionalmente concebido como a relação entre forma e significado. A hipótese fundamental do trabalho é a de que as línguas de uma mesma família compartilham traços transparentes e/ou opacos de tal modo que se pode definir as características linguísticas fundamentais de uma família com base nesse compartilhamento. Desse modo, o objetivo geral consiste em averiguar como ocorre o compartilhamento dos traços de transparência/opacidade nas línguas da família Naduhup. Para tanto, utilizamos como corpus de análise quatro línguas indígenas – dâw, hup, yuhup e nadëb – descritas em gramáticas e teses constituindo uma amostra representativa da família Naduhup. As análises das línguas foram realizadas a partir dos critérios de opacidade definidos em Hengeveld (2011), Leufkens (2015) e Hengeveld e Leufkens (2018), afim de determinar as propriedades que são compartilhadas entre as línguas. Os resultados corroboram o pressuposto de que há compartilhamento de traços transparentes e opacos de modo que é possível definir as características das línguas que são parte da família e prever a presença de determinado fenômeno em uma língua a partir da observação desse fenômeno nas demais línguas da família. Dentre as características importantes observadas nas línguas da família Naduhup, destacamos, por exemplo, o sistema de negação composto por diferentes estratégias que atuam em distintas camadas dos níveis Interpessoal e Representacional; a ausência de marcação de gênero e de conjugação verbal; e o alinhamento semântico que caracteriza tais línguas como ativas, isto é, línguas que marcam a distinção entre argumentos Ativo e não-ativo (Inativo e Locativo). Desse modo, é possível alcançar uma caracterização geral sistemática das línguas indígenas da família Naduhup em termos dos traços de transparência/opacidade que mostra as relações que se estabelecem entre essas línguas e que também contribui para sua divulgação, bem como para estudos posteriores. Em âmbito maior, os resultados contribuem para o desenvolvimento da Gramática Discursivo-Funcional na medida em testa a hierarquia implicacional definida por Hengeveld (2011), Leufkens (2015) e Hengeveld e Leufkens (2018) para a ocorrência de traços transparentes nas línguas do mundo. Ademais, considerando a escassez de materiais a respeito das línguas indígenas e as dificuldades em delimitar as línguas que pertencem ou não a determinada família, esta pesquisa representa um novo aparato para auxiliar na elaboração de materiais, na delimitação de características de famílias linguísticas e também no desenvolvimento de pesquisas futuras. |