Toponímia Afro-indígena do Vale do Ipojuca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Sivaldo Correia da
Orientador(a): Souza, Maria Medianeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13307
Resumo: As pesquisas toponímicas têm sido de grande relevo na preservação de aspectos da cultura local. Isto é possível graças ao caráter singular do topônimo que muitas vezes porta uma superposição de camadas da história de uma região ao longo do continuum denominativo. Os topônimos não são apenas uma referência imediata a determinado objeto, mas refletem a visão de mundo do sujeito denominador em relação a aspectos físicos da paisagem natural ou elementos da cultura e história do povo de uma dada região. É a partir destas duas principais categorias que Dick (1990) propõe um modelo de classificação toponímica para a realidade brasileira que introduz taxes para elementos motivadores da natureza física ou de ordem antropocultural. Baseado no modelo de Dick, este trabalho objetiva identificar os principais elementos motivadores presentes nos topônimos de possível origem indígena e africana ao longo do Vale do Rio Ipojuca, com base em cartas do IBGE (2010) dos municípios de Ipojuca, Escada, Chã Grande, Gravatá, Bezerros, Caruaru, São Caitano, Tacaimbó, Belo Jardim, Sanharó, Pesqueira e Arcoverde. Dentre outros objetivos, este trabalho investiga aspectos sócio-históricos das regiões da Mata e Agreste de Pernambuco que consideramos relevantes na tentativa de elucidar os elementos motivadores na toponímia do vale do Rio Ipojuca. Enfatizamos nossa abordagem histórica na perspectiva da formação dos primeiros núcleos de povoamento, dos fluxos e fixação de povos de etnias indígenas e africanas e nos elementos culturais que estes povos deixaram impressos na toponímia. Com relação à língua, analisamos como se deram as influências lexicais destas línguas no português brasileiro, que consequentemente teve reflexos na toponímia local. Analisaremos também quais foram os processos fonológicos mais comuns pelos quais possivelmente passaram estes topônimos no processo de adaptação para o português brasileiro. Foi encontrada na região uma predominância de 70% de topônimos indígenas de origem tupi dentre topônimos indígenas, africanos e de etimologia desconhecida. Os elementos motivadores predominantes são de ordem física, com 52% de fitotopônimos e 33% de zootopônimos.