Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mueller, Andre |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181821
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Resumo: |
Primordialmente, o epidídimo funciona para proteger e realizar a maturação de espermatozoides. A cauda do epidídimo (CE), região que armazena espermatozoides maduros até a ejaculação, recebe densa inervação de fibras pós-ganglionares simpáticas que liberam noradrenalina para contrair o músculo liso do epidídimo via ativação de adrenoceptores alfa-1A (alfa-1A-ARs). As contrações da musculatura lisa têm papel importante no transporte dos espermatozoides ao longo do ducto epididimário, bem como na contração da CE distal durante a fase de emissão seminal da ejaculação. Recentemente, foi demonstrado que a epididimite, a condição inflamatória do epidídimo, induz aceleração do tempo de trânsito espermático em ratos. Nesta tese, testamos a hipótese de que essa aceleração do trânsito espermático induzida pela epididimite é resultado de alterações na contratilidade do ducto epididimário. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar a contração da CE distal mediada por alfa-1-ARs em um modelo experimental de epididimite aguda induzida pelo lipopolissacarídeo (LPS) de E. coli em ratos. Após 6 e 24 h da injeção intraductal de LPS (25 µg) para indução da epididimite (in vivo), estudos de contração indicaram que a potência da noradrenalina aumentou ~6 vezes na CE distal inflamada. As contrações induzidas pela noradrenalina foram competitivamente antagonizadas pelo prazosin, um antagonista não-seletivo de alfa-1-ARs, com afinidades semelhantes nos grupos tratados com LPS e salina (pA2~8,90). No entanto, a potência do BMY 7378, um antagonista alfa-1D-seletivo, foi ~50 vezes maior na CE distal tratada com LPS (pA2 LPS = 8,70 vs pA2 Sal = 6,95), produzindo inclinação de Schild menor do que a unidade teórica. Além disso, a buspirona, um agonista seletivo para alfa-1D-ARs, foi ~3 vezes mais potente no grupo tratado com LPS (pEC50 LPS = 4,93 vs pEC50 Sal = 4,36) e as curvas concentração resposta (CCRs) para este agonista foram antagonizadas pelo BMY 7378, com uma potência estimada de ~8,70, consistente com a participação de alfa-1D-AR. Como suporte a esses achados, em segmentos da CE distal incubados com LPS (300 ng/mL) por 4 h in vitro, o BMY 7378 também antagonizou as contrações induzidas pela noradrenalina, produzindo pA2~8,50. Além disso, a oximetazolina (agonista parcial alfa-1A) foi ~6 vezes menos potente em segmentos expostos ao LPS em comparação controle (pEC50 LPS = 6,22 vs pEC50 Sal = 7,00). Interessantemente, em tecidos que foram pré-incubados com PDTC, um inibidor de NFKB, antes do desafio com LPS, o BMY 7378 em baixa concentração foi ineficaz em deslocar CCRs para noradrenalina. Ensaios de RT-qPCR indicaram que os níveis relativos de transcritos para adrenoceptores alfa-1a, -1b e -1d não foram alterados na CE distal com epididimite in vivo. Curvas de inibição da ligação específica de [3H]-Prazosin com ligantes seletivos foram realizadas. Apesar dos resultados comparáveis para prazosin e BMY 7378, sítios de baixa afinidade para RS 100329 (antagonista alfa-1A-seletivo) foram identificados, sugerindo um aumento na população de alfa-1D-ARs na CE distal inflamada. Em conclusão, a epididimite induzida por LPS alterou o subtipo funcional alfa-1-AR no músculo liso da CE distal, resultando em uma população heterogênea de receptores (alfa-1A e alfa-1D-ARs) envolvidos na resposta contrátil durante a inflamação aguda. A co-participação dos alfa-1D-ARs está correlacionada com a hipersensibilidade da noradrenalina na CE distal inflamada, e parece ser dependente do NFKB. Essa alteração pode cooperar para um aumento na contração do ducto, evitando, assim, a ascensão de bactérias para regiões proximais do epidídimo. Entretanto, isso pode contribuir para a aceleração do trânsito espermático no epidídimo, um efeito deletério para a maturação espermática. |