Impacto da atividade física, comportamento sedentário e adiposidade na modulação autonômica cardíaca de sobreviventes ao câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Palma, Mariana Romanholi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182005
Resumo: Sobreviventes ao câncer de mama apresentam alterações na modulação autonômica cardíaca devido a cardiotoxicidade dos tratamentos de combate a doença. A atividade física, o tempo gasto em comportamento sedentário e a adiposidade são fatores que acarretam modificações no organismo e, desta forma, podem interferir na modulação autonômica cardíaca. Conhecer o quanto esses fatores são capazes de impactar na função autonômica dessa população é fundamental para criação de estratégias de tratamento e desenvolvimento de intervenções eficazes, a fim de reduzir os efeitos secundários aos tratamentos e os riscos de doenças cardiovasculares. Objetivos: Analisar o papel de diferentes níveis de atividade física na modulação autonômica cardíaca em sobreviventes ao câncer de mama; Analisar a influência do tempo gasto em comportamento sedentário na modulação parassimpática dessa população; Por fim, verificar se há uma associação entre a modulação autonômica cardíaca e a adiposidade corporal em sobreviventes ao câncer de mama e se esta pode ser atenuada pelo nível de atividade física. Métodos: Três artigos científicos foram realizados para responder aos objetivos, sendo um de delineamento transversal e dois artigos de coorte. A modulação autonômica cardíaca foi avaliada por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), o nível de atividade física pelo questionário de Baecke, o tempo gasto em comportamento sedentário por meio de autorrelato do tempo sentada e, por fim, a adiposidade foi avaliada por bioimpedância elétrica e o valor considerado foi do percentual de gordura corporal. Resultados: As sobreviventes ao câncer de mama com maiores níveis de atividade física total apresentaram alterações estatisticamente significantes, em comparação as menos ativas fisicamente, nos índices SDNN (20,03±13,40 menos ativas; 28,80±14,02 mais ativas) e SD2 (29,20±17,35 menos; 38,75±19,90 mais ativas), sugerindo melhor variabilidade global. Em 12 meses de follow-up as sobreviventes ao câncer de mama apresentaram aumento no tempo gasto em comportamento sedentário, que foi relacionado negativamente com os valores de RMSSD (β=-0,93 [IC 95%=-1,62;-0,23]), PNN50 (β=-0,53 [95% IC=-0,93;-0,12]) e SD1 (β=-0,66; [IC 95%=-1,15;-0,16], demonstrando prejuízos na modulação parassimpática. Por fim, o aumento do percentual de gordura corporal foi associado à piora da modulação autonômica cardíaca nas sobreviventes ao câncer de mama e o nível de atividade física foi capaz de amenizar a relação entre o percentual de gordura corporal e os índices SDNN (β= -0,94; [IC 95%=-1,93; 0,04]) e SD1/SD2 (β= -0,01; [IC 95%= -0,02; 0,001]). Conclusões: Esses achados reforçam a importância clínica do estímulo à prática de atividade física e a redução do tempo gasto em comportamento sedentário dessa população, como formas de reduzir os riscos relacionados à adiposidade, ao próprio câncer e às alterações na função autonômica cardíaca.