Raízes fantásticas: um olhar sobre a gênese da literatura fantástica no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Francisco Junior, Abílio Aparecido [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260023
Resumo: As primeiras décadas do Romantismo no Brasil foram períodos conturbados econômica, política, social e literariamente. Nesse contexto, começaram a surgir em terras brasileiras, principalmente baseadas na literatura alemã e francesa, diversas narrativas insólitas, sejam histórias originais, sejam traduções e adaptações de obras e lendas europeias. Apesar da existência dessas narrativas, houve, por parte de um cânone predominantemente elitista, o apagamento desses escritos fantásticos ao longo dos anos tanto pela crítica quanto pela recepção popular no Brasil. Surge, dessa forma, uma dificuldade de delimitar e, principalmente, estudar o surgimento da literatura fantástica brasileira, visto que a partir da pena de autores considerados “menores” é que essa literatura de fortes aspectos europeus criou raízes em terras brasileiras. A partir do levantamento dessas narrativas por meio de acervos on-line e físicos, além da seleção de textos que podem ser considerados fantásticos, que se objetiva estabelecer a gênese do fantástico brasileiro na década de 1830 (1831-1840), período anterior, portanto, a autores como Álvares de Azevedo, Fagundes Varella e Bernardo Guimarães, que hoje já são vistos como precursores desse tipo de literatura no Brasil. Ademais, Tobin Siebers, em seu livro The Romantic Fantastic, alicerçado nas ideias e obras de escritores do século XIX, expõe que a atitude romântica sobre temas como Superstição, Bruxaria, Romance, Loucura, Magia e Eu Romântico deu origem a uma técnica literária, a qual seria denominada “escrita fantástica”. Siebers estabelece o uso da superstição como um dos principais fatores para a ocorrência do fantástico na literatura. Nessa toada, adicionam-se os “Sistemas temáticos recorrentes na literatura fantástica”, do italiano Remo Ceserani, os “Motivos fantásticos”, de Louis Vax e “Principais motivos” do fantástico, de Peter Penzoldt (1952), a partir dos quais pretende-se trazer à luz textos nos quais é possível notar uma ligação com o fantástico. Buscou-se, portanto, nesta pesquisa, verificar a condição do Fantástico Romântico no Brasil do século XIX com base em exemplos da década de 1830 (1831-1840), a partir do levantamento dessas narrativas em periódicos publicados no período estabelecido.