Uma psicóloga trabalhando na Assistência Social: problematizações da práxis num Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Janegitz, Hellen Halivercy de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237227
Resumo: Essa intercessão-pesquisa é fruto da nossa experiência de trabalho como psicóloga em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Buscamos através do referencial teórico-metodológico, ético-político, nomeado de Dispositivo Intercessor (DI) dimensionar os impasses e as potencialidades do nosso campo de atuação. Decididos em operar com essa ética revolucionária, assumimos a posição de trabalhadora-intercessora e iniciamos uma experiência que se constituiu em dois momentos: o primeiro ocorreu na práxis, isto é, no próprio campo de trabalho, onde buscamos através da nossa implicação legitimar o saber que é produzido por meio das ações dos trabalhadores, e através desse saber, produzimos estratégias para um reposicionamento de nossa atuação em campo. O segundo momento da intercessão-pesquisa chamado de Dispositivo Intercessor como Modo de Produção de Conhecimento (DIMPC) nos permitiu elaborar as experiências vivenciadas por meio de uma formulação teórica. Através desse processo produzimos questões e reflexões que buscaram ampliar e contribuir para o debate sobre a interlocução da Psicologia com as Políticas Públicas. Desenvolvemos um conjunto de ensaios teóricos a partir dos problemas reais que encontramos no campo da prática durante esse percurso. Elaboramos uma apresentação sobre o DI e o DIMPC, assim como dos seus referenciais fundamentais, dos quais buscamos nos apropriar. Resgatamos a concepção de trabalho no Modo de Produção Capitalista (MPC), refletimos sobre o modo como o Estado se faz presente no nosso cotidiano institucional e o quanto desconhecemos a sua estrutura e os seus efeitos ideológicos. Desenvolvemos também uma discussão sobre as Políticas Públicas e, mais especificamente, quanto a Política de Assistência Social, a qual valorizamos e defendemos, mas afirmamos que é necessário estarmos atentos aos seus limites e possibilidades no contexto do capitalismo. Discorremos sobre o modo como adentramos ao CREAS e as dificuldades identificadas nesse campo institucional. Ampliamos nossas leituras e estratégias de atuação e descobrimos obstáculos ideológicos importantes que encobriam a nossa visão sobre o campo. Também fizemos um chamamento para que, sobretudo, em tempos tão sombrios, possamos nos organizar e lutar enquanto classe trabalhadora contra as diversas opressões que vivenciamos. Marcamos nossa posição política em favor de uma sociedade mais justa e igualitária e defendemos a proposta de ocupar estrategicamente os espaços institucionalizados para operar nas brechas disponíveis a favor da luta revolucionária.