Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Samuel Iauany Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/216138
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Resumo: |
O presente trabalho desenvolve dois problemas referentes ao curso ministrado por Foucault em 1982, no Collège de France. O primeiro, mais extenso, consiste em uma análise da categoria descritiva da conversão a si no quadro do cuidado de si filosófico exposto naquele ano. O segundo trata de formular um campo de ressonâncias entre o preceito do cuidado de si (epiméleia heautoû) e a psicanálise lacaniana. Começando com um Prelúdio, delimitamos a singularidade d’A Hermenêutica do Sujeito sob a função terapêutica da filosofia, isto é, sob seu exercício enquanto uma espiritualidade calcada no cuidado de si, e não no preceito délfico do conhecimento de si (gnôthi seautón). No Capítulo I, analisamos a conversão a si como a forma tipicamente greco-latina de relação consigo. Avaliamos a possibilidade de vislumbrar, nesta categoria, o processo de subjetivação que Deleuze extrai de Foucault, qual seja, uma afecção de si por si, representada pela noção de dobra. Neste sentido, falamos da interpretação foucaultiana dos exercícios espirituais antigos, relacionando-os à imagem da dobra. No Capítulo II, trabalhamos sobre a relação com o Outro, termo que, neste caso, se refere ao filósofo no exercício da função terapêutica. Partimos do paradoxo constituído pelo aparente caráter apriorístico da relação consigo, demonstrando que ela só acontece em correlação com um mestre filósofo e com um grupo filosófico. Nesta seção, abordamos as modalidades históricas de posicionamento do Outro, delineamos a especificidade do mestre greco-latino e comentamos os seus efeitos históricos na produção da verdade para o discípulo. No Interlúdio, voltamo-nos à definição da verdade enquanto um equipamento (paraskeué) de proteção e socorro forjado no contexto epicurista e estoico. Introduzimos a aproximação entre filosofia e medicina, que estipula a verdade em seu teor de força curativa. Neste contexto, questionamos a tendência e a impossibilidade de compreender a paraskeué como o momento em que Foucault elabora uma concepção de verdade supostamente isolada de forças coercitivas. Por fim, no Capítulo III, retomamos a questão endereçada pelo filósofo à psicanálise, que busca entender se há uma afinidade entre ela e a espiritualidade do cuidado de si. Como resultado, demonstramos algumas ressonâncias no problema das posições do analista, e aproximamos o sujeito da conversão a si da noção lacaniana de sujeito do significante – neste ponto, analisamos a dimensão significante do inconsciente estruturado como uma linguagem, campo onde se inscreve a verdade e o sujeito, passando brevemente por textos freudianos e focando no texto L’instance de la lettre, de Lacan. |