A prática de kata no karate em Okinawa: tecnologias rudimentares?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Pucineli, Fabio Augusto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261638
Resumo: Karate é um termo genérico para um conjunto de práticas corporais desenvolvidas em Okinawa. Decorrente da modernização, o karate sofreu um processo de esportivização e de pedagogização. Porém, é possível ainda encontrar pela ilha maneiras de praticar que escapam a essa configuração, e que em alguns aspectos se aproximam dos exercícios de cuidados de si da antiguidade greco-romana, denominados askésis. Nesta tese, procuro tensionar e problematizar especialmente a prática de exercícios denominados kata, tendo como ponto de partida a experimentação do karate em Okinawa, bem como da investigação de referenciais bibliográficos e documentais. Os kata são tecnologias presentes em diferentes instâncias das artes japonesas. No caso do karate, acontece diretamente no corpo. É corporalmente no kata que se imprimem e se efetivam as características singulares das diversas vertentes de karate existentes em cada um dos diferentes estilos. Uma das questões desta pesquisa é se seria possível também compreender o kata como uma concreta expressão artística do karate. Além disso, faço a provocação: seria rudimentar a maneira como se praticam os kata em Okinawa? Assim, elejo como objetivo investigar a prática do kata em Okinawa como askésis, exercícios de cuidados e transformação de si. Para isso, retornei a Okinawa (entre 10 de janeiro a 24 de fevereiro de 2023). Realizei participação observante especialmente em dois dōjō: 1- Musei-juku, do sensei Morinobu Maeshiro, atual presidente da Okinawa Shōrin-ryu Karate-dō Association, e 2- no também tradicional e renomado Higaonna Dōjō, do estilo Gōju. Registrei as experiências em Diário de Campo, do qual me sirvo como um dos meus principais instrumentos de pesquisa. Apesar de marcar esse recorte temporal, a pesquisa compreende uma etnografia bem anterior a esse período, já que começo a notar primeiros sinais de que havia algo diferente no karate em Okinawa desde 2009, quando fui pela primeira vez. Estive também em 2012; 2013 (junho e outubro); 2014; 2019 (agosto e outubro) e 2023. Os resultados apontam para maneiras diferentes na prática do karate das que foram modernizadas, pedagogizadas e vinculadas no ocidente.