Aspectos parasitológicos e sanitários de tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) de vida livre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cesário, Clarice Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214983
Resumo: O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é vulnerável à extinção em várias escalas e tem sido crescente alvo de pesquisas nas últimas décadas. Nossos objetivos gerais com este trabalho foram (1) discutir sobre as variações dos parâmetros fisiológicos de tamanduás-bandeira de vida livre anestesiados, (2) caracterizar seu estado de saúde a partir de exames sanguíneos e infestação de parasitas, e (3) estudar a taxonomia de nematódeos do gênero Aspidodera encontrados em um dos indivíduos. As capturas e imobilizações de nove tamanduás-bandeira ocorreram em uma área protegida de bioma Cerrado no estado de São Paulo, sudeste do Brasil, entre 2014 e 2015, com uso da associação de cetamina, midazolam e xilazina, além de atropina e ioimbina. Os animais apresentaram bradipneia, bom relaxamento muscular e estabilidade dos parâmetros fisiológicos ao longo do monitoramento anestésico. A temperatura do ar e a corporal tiveram queda durante o monitoramento e correlacionaram-se positivamente. Os exames sanguíneos demonstraram eritrocitose, trombocitopenia, hemácias microcíticas e hipocrômicas, leucopenia, eosinofilia, alta concentração de LDH, ALT, AST, ureia, ácido úrico e triglicérides, além de baixas taxas de lipase, amilase, creatinina e fosfatase alcalina. Das quatro espécies de carrapatos identificadas, Amblyomma sculptum, A. nodosum e A. calcaratum foram encontradas frequentemente nos indivíduos, enquanto A. parvum, ocorreu em apenas um. Dos morfotipos de ovos/oocistos de parasitas gastrointestinais encontrados nas fezes, os de maior prevalência foram Trychostrongylidae, Aspidodera spp. e Apicomplexa. Mas além desses, identificamos Ascaridoidea, Trichuris spp. e Physaloptera spp. Apenas um tamanduá-bandeira mostrou-se positivo para o hemoparasita Mycoplasma spp. Todos testaram negativo para os demais agentes investigados (Ehrlichia canis, E. chaffeensis, Anaplasma spp. e Hepatozoon spp.). Redescrevemos duas espécies de Aspidodera, A. fasciata e A. scoleciformis, a partir de estruturas de machos e fêmeas, as comparamos com as congenéricas encontradas em Xenarthra e incluímos A. fasciata na filogenia molecular do grupo. Descrevemos uma nova espécie de Aspidodera a partir de dois espécimes fêmeas com uso de microscopia eletrônica e criamos uma nova chave de identificação para o gênero. Este estudo traz informações inéditas para a espécie e um alerta para o limitado conhecimento sobre saúde e parasitismo de tamanduás-bandeira de vida livre.