Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Thatiana Rodrigues Alves [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215342
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Resumo: |
A mulher, desde a década de 1960, ampliou e diversificou suas atividades para além do ambiente doméstico/privado e passou a ocupar espaços que outrora possuíam público majoritariamente do gênero masculino. Um desses espaços é a universidade. No Brasil, diversos tipos de violência de gênero, historicamente, marcam as relações intersubjetivas e têm sido alvo de estudos. No que tange especificamente à violência contra a mulher, a despeito das convenções internacionais e leis que visam ao combate desse tipo de violência, ainda nos deparamos com graves problemas e sérias consequências sociais sem avanços significativos. Nas últimas décadas, os espaços onde ocorrem tais violências também foram ampliados e um deles, ainda pouco estudado, merece maior atenção: os ambientes universitários. Desse modo, a presente pesquisa foi realizada com o objetivo de identificar e analisar denúncias de mulheres universitárias sobre violências vivenciadas por elas nesses espaços e que foram expostas em páginas de uma rede social. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, pautada na análise temática de conteúdo. O corpus analisado é composto de um conjunto de denúncias anônimas, obtidas a partir de quatro comunidades criadas na rede social Facebook, cujo título supõe vínculo com três universidades públicas localizadas no Estado de São Paulo. Na análise de conteúdo realizada com o apoio do Software NVivo e de nuvens de palavras, permitiu-nos identificar denúncias que podem ser classificadas como violência física, sexual e psicológica, além de sugerir relacionamentos abusivos. Como perfil dos sujeitos que infligem esse tipo de violência se destacam as figuras amigo, namorado e professor. Nota-se também a presença de determinada estrutura hierárquica relacionada à autoridade do professor e do aluno veterano, podendo se configurar em relações de poder, com heranças de uma cultura patriarcal e de objetificação da mulher. Os espaços onde ocorrem tais violências são diversificados, predominando festas, repúblicas estudantis, além do próprio campus. A maioria das denúncias envolvem preconceitos contra a mulher, difamação e ofensas verbais, porém há também relatos de estupros. Consideramos que a rede social parece ter se tornado não apenas um espaço de reclamações, ela também tem a função de ampliar a visibilidade das denúncias de abuso contra a mulher, de reconhecimento das situações violentas e abusivas, e de apoio às vítimas em face do sofrimento vivenciado sem o devido amparo por parte do poder público. |