Caracterização da atenção à saúde da criança do centro de saúde escola de botucatu-uvl: relação entre a utilização de serviços de assistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tiba, Carlos Alexandre Hattori
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180416
Resumo: A assistência à saúde da criança tem um papel muito importante e, pode fazer uma grande diferença para o crescimento e desenvolvimento infantil, bem como na prevenção de agravos futuros à saúde do adulto. As influências de um modelo centrado em pronto-atendimento e consultas em locais de maior tecnologia dura ainda é um desafio para a ampliação do cuidado na atenção primária em saúde, grande desafio na organização da assistência e na gestão dos serviços de Saúde da criança e do adolescente. No Centro de Saúde Escola, unidade da Vila dos Lavradores (CSE-UVL) de Botucatu o programa de saúde da criança (PSC) é centrado no atendimento médico, e a primeira consulta do recém-nascido é realizada em outra Unidade de Saúde, em todo o município, com posterior encaminhamento às Unidades Básicas e, o Pronto Socorro Infantil (PSI) tem uma proximidade geográfica com o CSE-UVL. Nos últimos quatro anos verificou-se um decréscimo do número de crianças atendidas em consultas de rotina no CSE-UVL. Assim, objetivamos caracterizar a utilização dos serviços do PSI e da CB, praticada pelas crianças atendidas na unidade da Vila dos Lavradores do Centro de Saúde Escola de Botucatu (CSE). Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, com levantamentos de registros em prontuários físicos do CSE e eletrônicos do Pronto Socorro Infantil (PSI). A partir de 251elegíveis para o estudo foi incluída uma amostra de conveniência de 173 lactentes e crianças, com até dois anos incompletos, que tiveram ao menos um atendimento pediátrico, durante o período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Foram levantados dados: escolaridade materna, idade nas consultas no CSE e na Clínica do Bebê (CB), local de realização do teste de triagem neonatal e da vacina BCG. Houve a classificação quanto à adequação do seguimento no PSC segundo calendário do Ministério da Saúde (adequado, incompleto, irregular e não realizado). O número e tipos de consultas realizadas pelas crianças foram avaliados; das consultas do PSI foi realizada classificação de adequação quanto ao período/dia da consulta e ao quanto à classificação de urgência/emergência da queixa, com nível de Kappa considerado para o grau de concordância. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Análise estatística realizada pelo SAS. Como resultados obtivemos um total de 1388 consultas no CSE-UVL e de 1216 consultas no PSI, 28 crianças (16,18%) não tiveram nenhuma consulta no PSI. No CSE-UVL, o número médio de consultas foi 8,02 consultas, com o mínimo de uma consulta e o máximo de 32 consultas; a média de idade na 1ª consulta foi 57,06 dias, somente 15,69% das crianças chegaram à unidade antes de 30 dias vida; das consultas 87,96% foram médicas e somente 7,92% de enfermagem, houve 10,04% de faltosos, que ocorreram em sua maioria, em pacientes com seguimento Irregular ou Incompleto. O seguimento no PSC foi adequado para 57,23% das crianças; foi significante o bom nível de escolaridade materna e o adequado número de consultas realizadas (p<0,001), o mesmo não ocorrendo para o número de consultas do PSI. Na CB foram realizadas a maioria das vacinas BCG e a coleta do teste de triagem neonatal, 71,93% e 67,44% respectivamente; a idade média na 1ª consulta foi de 15,74 dias e, 46,52% dos bebês foram consultados antes dos 15 dias de vida. No PSI a média de consultas foi 9,07, com mínimo de 01 e máximo de 54 consultas; a adequação da sua utilização quanto ao período e a queixa, segundo classificação adotada, somente 7,14% foram consideradas adequados quanto a estes dois critérios; 453 consultas (39,36%) foram durante o período no qual o CSE-UVL estava aberto e 798 (60,64%) foram em horário adequado. O nível de concordância entre as duas adequações foi pobre (Kappa = 0,06). Conclusões: O Centro Saúde Escola – UVL perdeu seu papel como principal contato e organizador da assistência no Sistema Único de Saúde para a população do estudo, devido à dificuldade no acesso e à ruptura do vínculo com a unidade, assim, sendo subutilizado. Enquanto, o Pronto Socorro Infantil foi utilizado de forma inadequada com distorção de sua função na assistência às urgências/emergências.