A evocação de sonoridades instrumentais na escrita para piano no ciclo Winterreise de Franz Schubert

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Biancolino, Ticiano [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/95120
Resumo: Os escritos estéticos dos autores do Frühromantik (Primeiro Romantismo), surgidos a partir das duas últimas décadas do século XVIII, constituíram a base do pensamento do Romantismo musical alemão. De vital importância dentro desta nova concepção estética foi o entendimento da música instrumental como a manifestação mais nobre das artes, algo que ia contra o preceito que vigorara até então, segundo o qual a música sem voz possuía pouco valor, por ser incapaz, apenas por meio de sons, de imitar o mundo físico e despertar sentimentos nos ouvintes. Paralelamente a esse processo, o piano - cujos primeiros modelos bem sucedidos surgiram entre 1698 e 1730 - ganhou maior repertório no último quarto do século XVIII e, ao mesmo tempo, passou a ser utilizado como substituto de formações instrumentais maiores, em reduções de sinfonias e óperas. Este trabalho trata da importância que os fenômenos de valorização da música instrumental, da formação da linguagem do piano e da utilização deste instrumento enquanto redutor da orquestra exerceram no aparecimento do Lied em princípios do século XIX, um gênero híbrido entre música e poesia e entre música vocal e música instrumental, que se contrapôs à tradição da canção estrófica setecentista. Mais especificamente, esta pesquisa investiga em qual medida a composição da parte do piano do ciclo de canções Winterreise (1827) de Franz Schubert foi realizada sobre a idéia de evocação de sonoridades de outros instrumentos, tomando por base similaridades de escrita entre determinadas passagens da obra de Schubert e aquelas retiradas de obras sinfônicas e de câmara, do próprio Schubert e de outros compositores que representaram grandes influências suas, especialmente Haydn, Mozart e Beethoven.