Vozes de Morazán: mulheres, resistência e organização popular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Guillén Carías, María Gabriela [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/115911
Resumo: El Salvador é um país de origem colonial com uma formação social que historicamente impossibilitou a descolonização até suas últimas consequências, fato que perpetuou uma dupla articulação configurada pela dependência e subordinação estruturais frente aos paises capitalistas centrais e um sistema permanente de segregação e exclusão das maiorias populares. No último quartel do século XX o regime oligárquico tradicional entra em crise e eclodem os movimentos populares e as organizações político-militares. A presente pesquisa tem por objetivo analisar o processo histórico revolucionário acontecido em El Salvador por meio das narrações de mulheres de origem camponesa. Especificamente daquelas pertencentes às comunidades camponesas do norte de Morazán, onde a organização popular foi decisiva para o processo pelo surgimento das Comunidades Eclesiais de Base através das quais as mulheres passaram a se incorporar à guerrilha ou a colaborar desde a retaguarda com o Ejército Revolucionario del Pueblo, uma das cinco organizações armadas que constituíram a Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional. Uma análise é realizada das relações desiguais entre homens e mulheres nas diversas estruturas organizativas populares que foram surgindo ao longo de todo o processo de resistência e luta contra o regime oligárquico. São destacadas as experiências das mulheres durante a guerra e as possibilidades que tiveram de se reconhecer e auto-organizar como um grupo com demandas específicas para superar a opressão e a desigualdade. A premissa teórica fundamental para a análise é a divisão sexual do trabalho e como esta se concretizou nas diversas estruturas organizativas que se conformaram no conflito armado, seja produzindo relações alienadas que afetaram de maneira direta às mulheres ou subvertendo os papeis tradicionais das relações desiguais de poder entre homens e mulheres nos espaços de produção ...