Conversão de talhões de eucalipto em Mata Atlântica: efeitos da intensidade de desbaste na vegetação nativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Onofre, Felipe Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204558
Resumo: A conversão de florestas homogêneas de eucalipto em floresta nativa tem se tornado uma necessidade comum, principalmente na região sudeste do país, em atendimento não só à legislação ambiental, mas também aos preceitos da certificação florestal. Entretanto, embora se observe que em muitos casos a vegetação nativa seja capaz de se regenerar naturalmente no interior de talhões de eucalipto, ainda não há evidências experimentais suficientes a respeito de qual o melhor método de manejo para acelerar e otimizar este processo. Objetivamos, com esta pesquisa, poder definir estratégias e métodos de manejo para a restauração da Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) em antigas unidades de produção (talhões) de Eucalyptus sp., testando a efetividade de alguns tratamentos de raleamento dos talhões na aceleração da regeneração natural da vegetação nativa. Além disso, almejamos compreender os padrões (trajetórias sucessionais) e filtros ecológicos que direcionam a montagem da comunidade regenerante nesses talhões de eucalipto sob diferentes intensidades de manejo. A pesquisa foi realizada no Parque das Neblinas, município de Bertioga, SP, em um talhão comercial de plantio de Eucalyptus saligna Smith em terceira rotação que havia sido abandonado e se encontra em processo de sucessão natural. O delineamento do experimento foi em blocos ao acaso, onde foram aplicados em maio de 2005, seis tratamentos (T1 - testemunha, T2, T3, T4, T5 redução respectivamente de 25, 50, 75 e 100% da área basal das árvores por meio da morte em pé, e T6 - corte raso) com 4 repetições (blocos) e parcelas experimentais de 20 X 40 metros. Após 14 anos do manejo inicial, avaliamos a estrutura, riqueza e diversidade da comunidade regenerante e característica da serapilheira acumulada sobre o solo. Os resultados foram submetidos a análises de variância. Os tratamentos silviculturais surtiram efeito significativo positivo na regeneração natural da vegetação nativa para as duas classes de regeneração natural estudadas (DAP ≥ 5 cm e DAP < 5 cm), principalmente para a regeneração com DAP ≥ 5 cm, promovendo para os tratamentos T3 e T4, melhores resultados em riqueza e diversidade e para os tratamentos T5 e T6 melhores resultados em estrutura, quando comparados aos outros tratamentos e ao controle (T1). A biomassa de serapilheira acumulada (fração folhas e galhos finos) sofreu efeito significativo dos tratamentos, sendo menor nos tratamentos T5 (redução de 100% da área basal) e T6 (corte raso), os quais se equipararam à serapilheira acumulada no solo na mata nativa de referência. Os teores dos nutrientes, não sofreram efeito dos tratamentos, entretanto a quantidade de macronutrientes e micronutrientes aportada na serapilheira se diferiu entre os tratamentos. Não houve efeito significativo na relação C:N entre os tratamentos, entretanto houve efeito significativo entre todos os tratamentos e a mata nativa. A técnica de manejo florestal apresentado é uma ferramenta promissora quando o objetivo é a restauração da estrutura e diversidade nestes ambientes, promovendo uma recuperação mais rápida da vegetação nativa e pode ser adaptada, dependendo do contexto ambiental, e uma análise de custo-benefício.