Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Renan Bergo da [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204471
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Resumo: |
O texto aqui apresentado é resultado de uma pesquisa que procurou fazer uma abordagem antropológica das histórias em quadrinhos, essa conhecida prática expressiva. Para isso, no primeiro capítulo, contextualizei questões mais gerais que orientaram a pesquisa desde seu início até o presente momento, com uma série de readequações neste trajeto. Procurei ferramentas teóricas, na antropologia, em outros campos e nas proposições de críticos de quadrinhos e quadrinistas, que me permitissem tratar os quadrinhos de maneira alargada, em conexão com outras práticas expressivas e sem a necessidade de os abordar por seu viés originário de produto da cultura industrial de massas ou como uma manifestação expressiva menor na hierarquia tradicional das artes consagradas. Em complemento a isso, fiz um levantamento dos desdobramentos contemporâneos, no Brasil e no mundo, de práticas dos quadrinistas e de algumas percepções presentes nos mundos sociais que os englobam. Daí por diante, no segundo e terceiro capítulo, o texto se orienta para tratar do trabalho de campo e da análise de imagens produzidas por dois dos meus interlocutores, Gabriel Góes e Pedro Franz. O trabalho de Góes me deu a oportunidade de versar sobre práticas salientes na criação de seus quadrinhos, mas que compõem também um repertório compartilhado por outros criadores. Tais como a apropriação, a abordagem não canônica do desenho e a busca por efeitos sensoriais nos leitores que não se pautam estritamente pela “recompensa” oferecida por uma narrativa tradicional com começo, meio e fim. Também foi possível traçar algumas considerações sobre a conexão entre a atividade de quadrinista e a própria vida de um autor. Debruçando-me sobre as interlocuções com Pedro Franz e sobre seu trabalho, pude fazer apontamentos sobre a situação contemporânea de embate ou entendimento entre o campo das artes visuais e o dos quadrinhos, um acoplamento entre esses campos é constante no pensamento e na prática desse autor. Como no trabalho de Góes, também foi possível tratar dos diferentes materiais e ferramentas que um quadrinista contemporâneo pode escolher para trabalhar e o impacto dessa escolha no resultado final materializado na página. Também aqui, pudemos discutir as relações entre quadrinhos e outras esferas da atuação que vão além das atividades do desenho e da escrita, para incluir sua circulação e as posições tomadas pelos artistas diante dos desafios sociais a eles colocados. Em síntese, mais uma vez conectamos quadrinhos e diferentes aspectos da vida, nos apoiando na noção — inspirada pelas falas de Franz — de fazer quadrinhos expandido. Através deste percurso, espero ter dado conta de oferecer ao leitor um vislumbre das intensas e variadas atividades que tomam forma, atualmente, no campo dos quadrinhos. |