Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Gabriela Kostrzewycz [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257894
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Resumo: |
O arquipélago do Marajó é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas no Brasil, situado em um ambiente costeiro, na interface entre continente e oceano, com parte do seu território em zonas de baixa elevação, com altitudes até 10 metros acima do nível das marés mais altas. Com as alterações no clima, eventos extremos, principalmente relacionados a perigos costeiros, tendem a se tornar cada vez mais frequentes na região. Entretanto, os estudos sobre os efeitos dessas alterações e seus perigos associados, especialmente ao considerar cenários climáticos futuros, são insuficientes para compreender as consequências com profundidade e para subsidiar estratégias de adaptação e mitigação. Nesse contexto, a aplicação de índices de vulnerabilidade se destaca como uma abordagem multifacetada, capaz de sintetizar a complexa inter-relação de aspectos ambientais, sociais, econômicos e de governança de determinado sistema. Existem métodos que integram esses aspectos aos cenários de mudanças climáticas futuras, através de projeções de variáveis climáticas, para auxiliar na análise da vulnerabilidade socioambiental de municípios costeiros. Portanto, a pesquisa tem como objetivo compreender a vulnerabilidade socioambiental atual e futura de municípios do arquipélago do Marajó situados em terras baixas, por meio da aplicação de um Índice Municipal de Vulnerabilidade (IMV). Este índice combina o Índice de Vulnerabilidade Costeira (IVC) para caracterizar a vulnerabilidade atual dos municípios, com os Índices de Cenários Climáticos (ICC), baseados em dados projetados de precipitação, temperatura e elevação do nível do mar para os cenários de emissões RCP4.5 e RCP8.5. O IVC possui uma abordagem multiperigo e é composto pelos elementos fundamentais de vulnerabilidade: exposição, sensibilidade e capacidade adaptativa. Os resultados indicam que os fatores de sensibilidade (sociodemográfico e de infraestrutura de saneamento) são determinantes na vulnerabilidade atual dos municípios, com Chaves e Afuá apresentando índices altos. Além disso, os diferentes cenários do IMV sugerem que as alterações climáticas intensificarão a vulnerabilidade costeira dos municípios. Níveis altos de vulnerabilidade se repetirem para os municípios do oeste da ilha do Marajó. Sazonalmente, Cachoeira do Arari demostra índices altos para o período chuvoso e Ponta de Pedras apresenta maior vulnerabilidade para o período seco, os dois casos para ambos os cenários de emissões. Os efeitos das alterações climáticas estão principalmente ligados ao regime hidrológico e podem comprometer a disponibilidade de água doce para o abastecimento desses municípios, em especial daqueles que possuem condições de infraestrutura inadequadas, assim como aumentar a ocorrência e os impactos dos perigos costeiros. Portanto, espera-se que a pesquisa possa contribuir com o aprofundamento do conhecimento frente aos impactos das mudanças climáticas na região, bem como apoiar na elaboração de políticas públicas para os municípios, em busca da manutenção dos ecossistemas e das condições de vida da população. |