Fios que se entrecruzam: uma comparação intertextual entre os contos maravilhosos de Giambattista Basile e Luís da Câmara Cascudo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Reis, Adriana Aparecida de Jesus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217264
Resumo: A presente pesquisa de mestrado realiza uma comparação intertextual entre dois contos maravilhosos italianos, do livro Lo cunto de li cunti (O conto dos contos), ou Pentamerone (Pentamerão), do escritor napolitano Giambattista Basile (1575-1632), publicado postumamente entre 1634-36, e dois contos maravilhosos brasileiros, da antologia Contos tradicionais do Brasil, publicada pela primeira vez em 1946 pelo escritor norte rio-grandense Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). Desenvolvemos o estudo comparativo sob o viés da intertextualidade (Cf. SAMOYAULT, 2008), considerando as modificações envolvidas no processo de transmissão oral dos contos maravilhosos europeus para a literatura brasileira do século XX, e verificando convergências e divergências. Assim, objetivamos elaborar possíveis justificativas para as aproximações e os distanciamentos encontrados no movimento de comparação intertextual. O segundo objetivo específico pretende investigar, nas obras de ambos os escritores que compõem nosso corpus, os elementos populares que resgatam a memória da tradição oral, fundamentando-nos em Benjamin (2015). Para o embasamento teórico sobre o gênero maravilhoso, nos apoiaremos em Coelho (1987, 2000; 2010b), Jolles (1976), Sperber (2009) e Volobuef (1993). O terceiro consiste em divulgar ainda mais, ao final do trabalho, o escritor italiano Giambattista Basile no Brasil, dado o seu trabalho pioneiro no registro dos contos maravilhosos no século XVII, assim como pretendemos comprovar a importância do brasileiro Luís da Câmara Cascudo como escritor de contos populares no Brasil no século XX, pois, ainda que os escritores estejam distanciados no tempo e geograficamente, acreditamos que eles guardam entre si pontos em comum, principalmente, relacionados à coleta das narrativas diretamente na fonte popular. Outro aspecto que os liga são as notas marginais de Câmara Cascudo, nas quais o anotador relaciona o conto brasileiro a outras variantes, presentes em coletâneas europeias, sobretudo na de Basile.