Vigilância entomológica e estudos sobre a dengue no interior do Estado de São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Piovezan, Rafael [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/139532
Resumo: As atividades de controle da dengue são preconizadas pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Estado da Saúde. A Superintendência de Controle de Endemias no Estado de São Paulo é o órgão responsável pelo acompanhamento e auxílio, em algumas situações, nas atividades de combate à dengue. A cargo dos municípios paulistas fica a execução das ações. Nesse contexto, é de amplo conhecimento técnico que atividades de vigilância epidemiológica e entomológica se mostram fundamentais para a redução dos riscos causados pela transmissão de agentes patogênicos, através dos mosquitos, à sociedade. Com esse intuito, diversos trabalhos foram executados no município de Santa Bárbara d'Oeste, interior do Estado de São Paulo, com o objetivo de melhorar a compreensão da dinâmica da dengue. Foram realizados dois estudos sobre o perfil epidemiológico da dengue, o primeiro analisou a epidemia ocorrida durante o ano de 2010, e o segundo apresentou análises espaciais sobre a doença no período de 1995 a 2010. No aspecto entomológico, três trabalhos foram executados. O primeiro verificou a distribuição de culicídeos no bairro Cruzeiro do Sul, que apresenta características rurais, ainda que em transição para a condição urbana. No segundo trabalho foram analisados os resultados obtidos através de dois métodos de aplicação de inseticida, conhecidos como nebulização leve e nebulização com equipamento pesado acoplado a veículo. E o último trabalho apresentou resultados sobre as coletas realizadas em cinco bairros rurais do município através da instalação de larvitrampas. Os resultados obtidos nos estudos sobre as epidemias demonstraram que, durante o ano de 2010, os homens foram mais acometidos por dengue e a faixa etária com maior número de casos foi entre 15 e 19 anos. Os sintomas mais comuns relatados foram febre, mialgia, cefaléia e artralgia. Também verificou-se que duas áreas do município apresentaram maior risco com relação a dengue e que o histórico das epidemias apresentou como ponto de início da transmissão a zona leste da cidade. Nas pesquisas com enfoque entomológico, foi possível verificar cinco espécies de mosquitos capturadas nas armadilhas durante a pesquisa no bairro rural Cruzeiro do Sul, e seis espécies identificadas nas pesquisas realizadas em diferentes áreas rurais do município. Especificamente para o bairro Cruzeiro do Sul, a comparação entre esses dois trabalhos desenvolvidos demonstrou que Aedes albopictus sofreu redução em sua freqüência, enquanto Aedes aegypti ampliou o número de ocorrências nessa área. Nos dois estudos realizados, o primeiro apenas no Cruzeiro do Sul e o segundo em cinco localidades rurais distintas, o índice de diversidade de Simpson obteve resultados maiores nos locais onde a presença de Ae. aegypti era menos freqüente. No trabalho sobre a comparação dos métodos de nebulização foi possível observar que o número de ovos coletados nas armadilhas foi menor onde se utilizou o equipamento de nebulização pesado. Também se observou diferença no número de pacientes acometidos pela dengue entre as duas áreas estudadas. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que os métodos apresentados para estabelecimento do perfil epidemiológico da doença na cidade e as pesquisas que permitiram identificar a dinâmica das espécies de mosquitos em áreas rurais, são importantes indicadores que devem ser considerados nos trabalhos de controle, assim como as autoridades competentes devem executar os métodos mais efetivos de combate ao vetor frente à complexidade e à importância que as doenças relacionadas ao Ae. aegypti impõem à sociedade.